O deputado Glauber Braga, do PSOL do Rio de Janeiro, entra nesta quarta-feira, 16, no oitavo dia de sua greve de fome, que foi anunciada em protesto contra o processo de cassação de seu mandato. Segundo informações, ele está se alimentando apenas de soro, isotônico e água, e permanece dormindo no plenário onde as sessões do Conselho de Ética da Câmara estão ocorrendo. O parlamentar está sob supervisão médica, com exames de sangue realizados diariamente.
De acordo com a assessoria de Glauber, ele já perdeu 4,6 quilos e suas condições de saúde estão se deteriorando a cada dia. Nos últimos dias, ele recebeu apoio de vários ministros do governo federal, integrantes da base aliada, sindicalistas e representantes de movimentos sociais. Além disso, na última segunda-feira, 14, músicos se reuniram em uma roda de samba em frente à Câmara como forma de solidariedade ao deputado.
Glauber Braga protesta contra a decisão do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, que aprovou um parecer recomendando a cassação de seu mandato. Ele é acusado de agredir e expulsar um membro do Movimento Brasil Livre (MBL) durante um incidente ocorrido em 2024, onde teria chutado a pessoa envolvida.
Conforme as normas internas da Câmara, Glauber tem até o dia 22 de abril para apresentar um recurso à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) contestando a decisão do Conselho de Ética. Os parlamentares do PSOL estão tentando encontrar uma solução para que o caso não avance para votação no plenário da Casa, enquanto a liderança do PT também busca dialogar com outros líderes sobre o assunto. Uma das possibilidades é que o recurso seja aceito pela CCJ, enquanto outra estratégia seria evitar que o processo seja pautado no plenário caso o recurso não seja aceito. Para que a cassação seja aprovada, são necessários pelo menos 257 votos.
A bancada do PSOL considera a aprovação do processo no Conselho de Ética como resultado de uma “articulação prejudicial ao processo democrático”, afirmando que a decisão é uma retaliação ao partido devido às denúncias sobre o orçamento secreto apresentadas ao Supremo Tribunal Federal (STF).