9 março 2025
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Gleisi Hoffmann Desafia Rivalidades e Ambições no Planalto

O presidente Lula optou por nomear a deputada federal Gleisi Hoffmann, líder do PT, para o cargo de Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo, apesar do interesse do Centrão pela posição. Essa escolha é alvo de críticas por supostamente sinalizar uma direção mais à esquerda em um momento em que o governo deveria buscar ampliar sua base de alianças e incluir mais partidos de centro. Contudo, a decisão reflete a confiança que o presidente deposita na parlamentar.

Durante a operação Lava-Jato, Gleisi Hoffmann foi uma das principais vozes do PT na luta contra a prisão de Lula e a suposta perseguição judicial direcionada ao partido. Seu desempenho político foi considerado eficaz, resultando na libertação do ex-presidente e permitindo sua candidatura em 2022, além da anulação de sentenças proferidas pelo juiz Sergio Moro e a desarticulação da operação anticorrupção. Em reconhecimento a esses esforços, foi convidada a mediar alianças durante a última campanha presidencial.

Ao assumir suas novas funções no Palácio do Planalto, a deputada deverá focar na organização da possível candidatura à reeleição de Lula, recebendo autonomia para negociar coligações. Essa tarefa não se apresentará simples, especialmente em um contexto onde a imagem do presidente tem enfrentado sérias dificuldades, gerando especulações sobre uma possível desistência por parte dele em buscar um novo mandato. Caso essa desistência ocorra, a definição de quem poderá ser o candidato do PT nas eleições seguintes se torna incerta.

Em 2018, mesmo encarcerado, Lula sustentou sua candidatura até o último momento, somente anunciando seu substituto quando as chances de concorrer se tornaram inviáveis. Naquele período, três nomes se destacaram como alternativas dentro do PT: Rui Costa, então governador da Bahia e atual chefe da Casa Civil; Gleisi Hoffmann, cogitada por Lula; e Fernando Haddad, que acabou por ser o escolhido. Atualmente, esses três são ministros importantes no governo e foram rivais nas eleições passadas. Desde o início do terceiro mandato de Lula, houve disputas entre eles em diversos tópicos, principalmente em relação à política econômica. Nos bastidores do Palácio do Planalto, persiste a inquietação sobre como essas dinâmicas de poder se desenrolarão no futuro, com a expectativa de um aumento da tensão interna devido aos desafios enfrentados pelo governo, potencializando antigas rivalidades e ambições.

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