O editor-chefe do The Atlantic, Jeffrey Goldberg, contestou a afirmação do Secretário de Defesa, Pete Hegseth, de que “ninguém estava enviando planos de guerra por mensagem de texto”. Em uma entrevista à CNN, realizada na segunda-feira, Goldberg relatou que membros de alto escalão do gabinete de Donald Trump estavam compartilhando informações extremamente sensíveis sobre operações militares dos EUA no Iémen em um grupo de mensagens, do qual ele foi adicionado por engano.
Goldberg afirmou com clareza que essa declaração era falsa. Segundo ele, planos de guerra e detalhes de ataques estavam sendo trocados por mensagem de texto, incluindo informações sobre alvos, o momento em que seriam atacados e quem eram os alvos, bem como a próxima fase de ações militares.
O jornalista optou por não divulgar os detalhes específicos desses planos em sua reportagem, lançada na mesma segunda-feira, devido ao seu conteúdo altamente confidencial e técnico. Ele expressou a preocupação de que tornar essas informações públicas poderia trazer riscos ao pessoal militar dos Estados Unidos. “O que é do interesse público é que eles estavam executando um plano de guerra em um aplicativo de mensagens e nem sabiam quem estava participando da conversa”, disse ele.
Goldberg também mencionou que, em um primeiro momento, suspeitou que o grupo pudesse se tratar de uma operação de influência de uma inteligência estrangeira. Após compreender que o bate-papo era autêntico, decidiu se retirar e iniciar a redação da reportagem para evidenciar a grave violação de segurança que estava ocorrendo. Ele pontuou que não poderia entrar em detalhes sobre o processo decisório que levou a essa descoberta, mas ressaltou que conseguiu obter as informações necessárias.
O governo Trump admitiu que as mensagens enviadas por meio do aplicativo de chat criptografado Signal parecem ser genuínas. Quando questionado sobre a identificação de quem deveria ter sido adicionado ao grupo, Goldberg sugeriu que isso poderia ter resultado de um erro de digitação, ressaltando que não precisava ser alguém com as iniciais JG.