Em janeiro deste ano, uma série de informações falsas relacionadas ao sistema de pagamentos Pix começou a se espalhar nas redes sociais. Dentre essas desinformações, destacou-se a divulgação de uma suposta taxa associada à plataforma, o que resultou na revogação de uma norma que modificava as diretrizes de fiscalização da Receita Federal sobre transações financeiras.
Essa onda de fake news proporcionou uma oportunidade para golpistas, que realizaram mais de 1.770 anúncios fraudulentos nas plataformas da Meta, que incluem WhatsApp, Facebook e Instagram, conforme um estudo do NetLab, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os fraudadores convenciam suas vítimas a receber quantias fictícias em dinheiro, alegando que poderiam ser alvo de ações governamentais.
Cerca de 40% das postagens direcionavam os usuários a páginas falsas que simulavam sites de instituições públicas e contavam com logotipos de entidades como a Caixa Econômica Federal e o Banco Central. Mais de 81% dessas páginas afirmavam oferecer o serviço “Valores a Receber”, que é uma iniciativa do Banco Central para ajudar cidadãos e empresas a recuperarem valores esquecidos em instituições financeiras.
Segundo o levantamento, 70% das publicações apresentavam manipulações geradas por inteligência artificial, como vídeos alterados de figuras públicas, incluindo políticos e jornalistas. No total, 151 anunciantes foram responsáveis por esses conteúdos fraudulentos, que redirecionavam para 87 sites diferentes. Além disso, os golpistas ampliaram seu alcance ao utilizar ferramentas de impulsionamento das publicações oferecidas pela Meta.
Em declaração oficial, a Meta informou que ações destinadas a enganar, fraudar ou explorar indivíduos são estritamente proibidas em suas plataformas. A empresa ressaltou que está continuamente aprimorando suas tecnologias para detectar e combater atividades suspeitas. Além disso, a Meta incentivou os usuários a reportar quaisquer conteúdos que considerem em desacordo com os Padrões da Comunidade do Facebook, as Diretrizes da Comunidade do Instagram e os Padrões de Publicidade da Meta, utilizando os aplicativos dedicados.
