O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, informou nesta sexta-feira (13) que o governo brasileiro possui indícios sobre a localização da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que está foragida na Itália. A extradição da parlamentar, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com ajuda do hacker Walter Delgatti Netto, é prevista para ocorrer em breve.
Durante um evento sobre segurança pública em São Paulo, Lewandowski mencionou o tratado de cooperação firmado entre Brasil e Itália, lembrando o caso do ex-ativista Cesare Battisti, que foi extraditado em 2018. Ele enfatizou que a dupla nacionalidade de Zambelli, que possui um passaporte italiano, não representaria um obstáculo para o processo de extradição.
As declarações do ministro contrastam com informações apresentadas pelo governo italiano. A vice-ministra do Interior, Wanda Ferro, afirmou ao Parlamento que as autoridades locais ainda não conseguiram localizar Zambelli. A deputada desembarcou em Roma no dia 5 de junho, procedente dos Estados Unidos, utilizando seu passaporte italiano antes de seu nome ser incluído na lista vermelha da Interpol.
O alerta internacional para sua captura foi emitido apenas cinco horas após sua chegada ao aeroporto de Fiumicino, o que impossibilitou sua detenção no momento do desembarque. Desde então, não há informações sobre sua localização. O embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, informou que Zambelli pode ser presa em locais públicos ou não protegidos, embora não haja um mandado judicial específico para sua detenção no país. A extradição já foi aceita pelas autoridades italianas, mas a prisão depende das ações da polícia local.
A situação política da deputada também se complica. Na terça-feira (10), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, encaminhou ao plenário a análise sobre a perda de mandato de Zambelli, em alinhamento com a condenação do STF.
