Governar envolve principalmente a gestão de um orçamento. Isso se refere à alocação de recursos financeiros, onde é necessário direcionar fundos para determinadas áreas e retirar de outras. No entanto, surge a questão do que ocorre quando não há mais espaço para ajustes orçamentários, uma vez que todos os recursos já possuem um destino específico. A ausência de despesas livres também levanta preocupações sobre a capacidade de governar. Essa é uma problemática indicada pelo atual presidente, que no exercício de seu terceiro mandato, sinaliza para essa dificuldade. Nos documentos que foram encaminhados ao Congresso Nacional acerca da administração das contas públicas, o governo indica que, em um período de três anos, não haverá mais despesas livres para serem geridas. A situação se agrava com a possibilidade de colapso das contas públicas já em 2027, caso não sejam adotadas medidas corretivas.
A Assessoria de Gestão Fiscal aponta que a estrutura financeira atual não está impedindo o crescimento da dívida pública brasileira, prevendo uma redução drástica de despesas livres no orçamento até 2029. Especialistas em economia expressam suas preocupações em relação a um possível “colapso” nas finanças públicas. Os precatórios, ou dívidas judiciais que devem ser pagas pelo governo, poderão pressionar ainda mais as contas em 2027, limitando, assim, a implementação de políticas públicas.
No entanto, atualmente, não há ações sendo tomadas para reverter esse cenário, uma vez que a atenção está voltada para as eleições de 2026. O presidente Lula acredita que medidas impopulares, como a redução de gastos, poderiam prejudicar seu desempenho eleitoral. Por esse motivo, ele parece optar por manter a trajetória fiscal atual. A deterioração da situação fiscal avança de forma lenta, sem gerar pânico ou reações contundentes. De acordo com Lula, a adoção de uma série de medidas populares, como a isenção de Imposto de Renda para certos grupos, a ampliação do crédito consignado e a introdução de auxílio financeiro específico, será benéfica nas próximas eleições.
Adicionalmente, a fragmentação da oposição e a ausência de um candidato definido para a Presidência podem, de certa forma, beneficiar seu governo. Contudo, a estratégia de Lula para sustentar a situação fiscal nas condições atuais depende de fatores que estão fora de seu controle. Isso inclui a disposição do Congresso em colaborar com iniciativas que aumentem a arrecadação, uma vez que cortes de gastos não estão sendo considerados, além do cenário econômico externo, cujas repercussões são incertas. A questão do colapso financeiro previsto para 2027, portanto, parece ter sido relatada como uma preocupação a ser enfrentada após as eleições.