O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo (Sincopetro) contestou, na noite de segunda-feira, uma declaração feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que mencionou que “o povo é, no fundo, assaltado pelo intermediário” em relação aos preços dos combustíveis. A nota oficial, assinada pelo presidente do Sincopetro, destacou que há uma percepção clara de que o governo federal procura identificar responsáveis pelo aumento dos preços dos combustíveis.
Em sua declaração, Lula afirmou que os brasileiros não possuem “as informações necessárias para fazer um juízo de valor” e entender as razões por trás do encarecimento dos combustíveis. Ele comentou que, quando são anunciados ajustes nos preços do diesel, gasolina e gás, a Petrobras frequentemente é responsabilizada, mesmo que muitas vezes não tenha culpa. O presidente também sugeriu que a Petrobras deveria adotar medidas para reduzir os preços, como a venda direta de combustíveis aos consumidores.
O Sincopetro enfatizou que os postos de revenda de combustíveis representam o último elo na cadeia de abastecimento, sendo obrigados por legislação a adquirir combustíveis do setor de distribuição, que é o cliente da Petrobras. Este setor é encarregado de repassar quaisquer variações de custo, impostos e margens aos preços que os postos pagam.
Foi observado que a declaração do presidente não impactou os demais elos envolvidos na formação dos preços dos combustíveis no Brasil, uma vez que esses elos têm uma compreensão clara sobre cada aspecto que compõe a formação de preço, que inclui não apenas a margem de lucro dos revendedores, mas também fatores como tributos, transporte e margens das distribuidoras, além da interferência do governo na manipulação de preços. Dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) foram usados pelo Sincopetro para argumentar que o setor tem se esforçado para reduzir o impacto das elevações de preços sobre o consumidor final.