A atividade sísmica que afeta Santorini e outras ilhas da Grécia ainda não cessou, e um sismólogo advertiu que um tremor de maior magnitude pode estar a caminho. O secretário-geral do Centro Sismológico Europeu-Mediterrâneo informou que serão necessários “dias, ou talvez semanas” para uma avaliação adequada dos tremores anômalos, ressaltando que uma série de pequenas atividades sísmicas geralmente precede um terremoto de maior intensidade. Em razão da constante ocorrência de tremores, um estado de emergência foi declarado em Santorini, resultando em um esvaziamento significativo da região, que frequentemente recebe turistas.
Na quarta-feira (5), foi registrado o maior terremoto até o momento, com magnitude de 5,2, considerado o primeiro tremor acima de 5,0 desde o início dos sismos na semana anterior. Santorini, localizada na intersecção das placas tectônicas africana e euroasiática, é sujeita a atividade sísmica regular, mas raramente enfrenta um padrão tão intenso e prolongado. Ilhas próximas, como Amorgos e Ios, também foram afetadas.
A atividade sísmica em Santorini foi qualificada como “muito incomum”. Normalmente, uma sequência de tremores é seguida por atividades de menor magnitude, mas, neste caso, observa-se uma crescente tanto em magnitude quanto na frequência dos tremores. Vários tremores de magnitude cerca de 3,0 ocorreram a cada poucos minutos, enquanto o evento de quarta-feira foi classificado como um terremoto “moderado”. Na sequência, pelo menos cinco tremores adicionais com magnitudes de 4,0 ou mais também foram registrados.
Esse comportamento é frequentemente indicativo de uma “pré-choque”, uma atividade sísmica que precede um terremoto maior. Como resultado, autoridades locais têm implementado precauções, incluindo retiradas organizadas e preparativos das equipes de resgate. O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, visitou a ilha para supervisionar as ações de emergência, assegurando apoio aos moradores das regiões afetadas.
A Organização de Planejamento e Proteção contra Terremotos da Grécia prevê que a intensa atividade sísmica poderá persistir por vários dias ou até semanas. Santorini, apesar de não estar na alta temporada turística, continua sendo um destino popular, atraindo anualmente mais de 3,4 milhões de visitantes e contando com cerca de 20.000 residentes permanentes. Até o momento, cerca de 11.000 pessoas deixaram a ilha devido aos tremores.
As autoridades organizaram voos adicionais para facilitar a evacuação, embora os esforços tenham enfrentado dificuldades devido a condições climáticas adversas. Os terremotos, situados 25 quilômetros ao nordeste de Santorini e 20 quilômetros ao sudoeste de Amorgos, têm sido percebidos na ilha, aumentando a ansiedade entre a população local, que está preocupada com a evolução da atividade sísmica.
Historicamente, a região sofreu um grande terremoto em 1956, com uma magnitude de 7,7 atingindo o sul de Amorgos, seguido por um tremor de 7,2 próximo a Santorini, resultando em danos significativos e um tsunami com ondas de até 25 metros. Na ocasião, 53 pessoas perderam a vida e outras 100 ficaram feridas.
