A domesticação dos gatos remonta a 11 mil anos na Ásia, mas essa prática ainda apresenta desafios. Para aprimorar a comunicação entre humanos e felinos, três pesquisadoras da Universidade de São Paulo desenvolveram um e-book gratuito intitulado “Conhecendo o comportamento dos gatos: um guia para tutores”. Este guia visa educar os tutores sobre como interpretar as expressões dos gatos. Por exemplo, as orelhas do gato são um indicador importante; quando estão baixas, sinalizam desconforto ou medo, enquanto quando estão eretas, indicam a presença de uma presa.
Diferente dos cães, os gatos não balançam a cauda como sinal de felicidade. Contudo, a posição da cauda é fundamental na comunicação felina. Uma cauda ereta com a ponta ligeiramente curvada demonstra confiança e satisfação, frequentemente observada quando o tutor chega em casa. Por outro lado, uma cauda baixa indica uma situação desconfortável, enquanto uma cauda que se move de forma brusca de um lado para o outro revela irritação, sugerindo que algo não está bem.
A compreensão do comportamento natural dos gatos pode melhorar a convivência e o bem-estar desses animais. O guia é estruturado em seis capítulos e foi escrito por Aline da Silva e Ana Júlia Ribeira do Programa de Pós-Graduação em Psicobiologia da Faculdade de Filosofia, Ciências Sociais e Letras de Ribeirão Preto da USP, em colaboração com Ana Alice Vercesi Gallo, especialista em comportamento animal. As pesquisadoras buscam promover maior empatia em relação aos gatos, que enfrentam taxas alarmantes de abandono, com cerca de 10 milhões de felinos sem lar. Adoções indesejadas costumam ocorrer em função do envelhecimento do animal, mudanças na rotina de seus tutores ou surgimento de doenças. Apesar de sua natureza independente, os gatos apreciam interações sociais e proximidade com os humanos.
