Palestinos deslocados estão em filas para receber alimentos de uma cozinha de caridade na Cidade de Gaza. No dia 31 de abril de 2025, o grupo palestino Hamas anunciou a aceitação de um acordo de cessar-fogo temporário, mediado com o auxílio dos Estados Unidos, embora tenha condicionado essa aceitação à libertação de reféns do seu lado. Apesar de parecer um avanço, o acordo ainda precisa ser formalmente aceito, pois Israel deverá considerar as condições apresentadas pelo Hamas.
Conforme reports da agência internacional Reuters, o Hamas afirmou que concorda com as condições israelenses, desde que sejam libertados dez reféns palestinos e devolvidos dezoito corpos. Caso essa contraproposta seja aceita, a libertação dos reféns pode ocorrer ainda no mesmo dia.
A proposta inicial, elaborada pelo enviado americano Steve Witkoff, previa que o Hamas entregasse o mesmo número de reféns e corpos de israelenses em troca da liberdade de 125 prisioneiros comuns e mais de 1.200 pessoas na Faixa de Gaza, que enfrentam racionamento de água e alimentos. Além disso, estariam incluídos na negociação a devolução de 180 corpos de palestinos mortos e a liberação de ajuda humanitária na região. Se houvesse consenso entre as partes, a trégua seria de sessenta dias, potencialmente facilitando um desfecho definitivo para o conflito.
Segundo o jornal israelense The Times of Israel, a contraproposta do Hamas ainda não foi oficialmente apresentada às autoridades de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e sua interpretação gerou controvérsias dentro do exército. Um oficial mencionou que a contraproposta do Hamas pode ser considerada uma “rejeição efetiva” do cessar-fogo temporário.
Na sexta-feira, 30, a Casa Branca informou que Israel havia concordado com a proposta de acordo elaborada por Witkoff. Na mesma data, um membro de alto escalão do Hamas, Bassem Naim, declarou que a trégua não atendia às “demandas justas” dos palestinos, indicando a possibilidade de uma nova contraproposta. Desde o início do conflito armado entre Israel e Hamas, em outubro de 2023, mais de 50.000 vidas foram perdidas.