Na quinta-feira, 20 de outubro de 2023, o Hamas entregou os corpos de quatro reféns israelenses em caixões pretos. Esta ação faz parte de um acordo de cessar-fogo estabelecido entre o grupo militante e Israel, após os ataques ocorridos em 7 de outubro do mesmo ano. Entre os corpos estava o de um bebê de 8 meses.
Os corpos foram recebidos por representantes da Cruz Vermelha, que se encarregaram de transportá-los até Israel. O governo israelense confirmou o recebimento dos restos mortais por volta das 6h, no horário de Brasília. Essas vítimas foram sequestradas no dia em que o conflito teve início.
Os corpos foram identificados como os de Shiri Bibas, seus filhos Kfir Bibas, de 8 meses, e Ariel Bibas, de 4 anos, além do idoso Oded Lifschitz. O Hamas informou que essas pessoas morreram em decorrência de um ataque aéreo israelense. O esposo de Shiri e pai das crianças, Yarden Bibas, foi feito refém, mas conseguiu ser libertado com vida em 1º de fevereiro.
Após a chegada dos corpos a Israel, as forças armadas do país planejaram realizar uma breve cerimônia fúnebre a pedido das famílias, antes de enviar os restos mortais para um laboratório, onde serão submetidos a exames de DNA, um processo que pode levar até dois dias.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lamentou a situação em uma breve declaração em vídeo, afirmando que o dia seria “muito difícil para o Estado de Israel” e describindo-o como um “dia angustiante, um dia de luto”.
Isaac Herzog, presidente de Israel, também expressou seus sentimentos ao pedir “perdão” pela incapacidade de proteger os cidadãos durante o ataque de 7 de outubro. Em uma publicação em uma rede social, Herzog mencionou: “Agonia. Dor. Não há palavras. Nossos corações — os corações de uma nação inteira — estão em frangalhos.” Ele ainda afirmou que, em nome do Estado de Israel, curvava a cabeça e pedia desculpas por não ter conseguido proteger as vítimas naquele dia, desejando que a memória delas fosse uma bênção.
Até agora, o Hamas já libertou dezenove reféns como parte da primeira fase do acordo de trégua, além de cinco cidadãos tailandeses. Em contrapartida, mais de 1.100 palestinos que estavam presos em Israel foram liberados. A segunda fase do acordo encontra-se em negociação, e o grupo militante indicou sua disposição em libertar todos os reféns de uma só vez, em troca da retirada de todas as tropas israelenses do enclave.
Os ataques realizados pelos militantes em 7 de outubro de 2023 resultaram na morte de 1.200 pessoas e no sequestro de outras 251. Israel respondeu com bombardeios intensos e ataques aéreos que causaram a morte de pelo menos 48.000 pessoas em Gaza, incluindo um grande número de mulheres e crianças, além de provocar a destruição de cidades inteiras.