11 fevereiro 2025
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Hamas Renova Sua Promessa de Cessar-Fogo Durante Conflito

O Hamas reiterou seu compromisso com o cessar-fogo em Gaza nesta terça-feira, 11, diante de incertezas sobre o futuro do acordo. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, advertiu que as hostilidades poderiam ser retomadas no enclave palestino caso mais reféns israelenses não fossem libertados até o meio-dia do próximo sábado, 14. Essa ameaça ocorreu após o Hamas ter anunciado um adiamento na liberação dos cativos, alegando supostas violações dos termos da trégua por parte de Israel. Em uma declaração compartilhada com a Reuters, o Hamas responsabilizou Israel por quaisquer “complicações ou atrasos”.

A organização afirmou que continuaria a cumprir o acordo de cessar-fogo, desde que a ocupação mantivesse suas obrigações. Além disso, o Hamas destacou que a responsabilidade por falhas no cumprimento dos compromissos cabe a Israel. A declaração do Hamas também refutou os comentários do presidente dos Estados Unidos sobre a possibilidade de deslocamento da população da Faixa de Gaza sob a justificativa de reconstrução, considerando tais afirmações como racistas.

Mais cedo, Netanyahu havia declarado que não aceitaria um adiamento na pauta de liberação dos reféns e que o cessar-fogo seria rompido caso o Hamas não entregasse a próxima leva de prisioneiros. Ao todo, 17 israelenses estavam previstos para serem libertados nesta primeira fase do acordo, que está dividida em três etapas; de acordo com fontes de Tel Aviv, oito deles já foram confirmados como mortos.

Em uma gravação em vídeo, Netanyahu expressou que as forças armadas iriam intensificar os combates até que o Hamas fosse derrotado. O presidente dos EUA também reforçou o ultimato, afirmando que o Hamas deveria liberar os reféns até o meio-dia de sábado, sob a ameaça de que “tudo estaria em aberto”. Em uma declaração anterior, Trump havia mencionado que a situação em Gaza poderia se intensificar caso os reféns não fossem liberados.

O Hamas anunciou uma decisão de adiar a liberação de reféns, previamente programada para sábado, responsabilizando Israel por violar a trégua estabelecida em 19 de janeiro. As alegações do Hamas envolviam o atraso no retorno de palestinos deslocados ao norte da Faixa de Gaza, além de ataques por bombardeios e tiros.

Mais cedo, o governo de Gaza, controlado pelo Hamas, informou que Israel se opôs à entrada de suprimentos prometidos no cessar-fogo. De acordo com o acordo, 600 caminhões de ajuda, incluindo 50 carregados com combustível, devem ser autorizados a entrar em Gaza diariamente. Este volume foi atingido ou excedido nos primeiros três dias da trégua.

A seguir, Donald Trump, que foi a público para se apresentar como mediador do acordo entre Israel e o Hamas, emitiu um ultimato, afirmando que, se todos os reféns israelenses não fossem libertados até sábado ao meio-dia, o cessar-fogo seria cancelado, resultando numa escalada do conflito.

Israel, através de seu ministro de comunicações, expressou uma abordagem dura, sugerindo que a resposta seria cortar toda ajuda humanitária e restabelecer os combates. A intenção era responder de maneira severa até que os reféns fossem devolvidos, reiterando uma postura de confronto.

O cessar-fogo, que entrou em vigor em 19 de janeiro, representou a primeira pausa significativa no conflito em mais de 15 meses, com previsão de três etapas. Apesar das mediações intensas, a complexidade e a fragilidade do acordo elevam o risco de que pequenas ocorrências possam desencadear a sua ruptura. As negociações para a segunda fase do cessar-fogo estavam agendadas para começar na segunda-feira.

Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, cerca de 1.200 israelenses perderam a vida e 251 foram sequestrados durante um ataque do Hamas ao território israelense. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva em larga escala em Gaza, resultando na morte de mais de 47.000 palestinos e no deslocamento de milhões de pessoas.

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