19 abril 2025
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Harvard pode ser banida de aceitar alunos internacionais

A Secretária de Segurança Interna dos Estados Unidos, Kristi Noem, notificou a Universidade Harvard sobre a possibilidade de revogar seu direito de matricular estudantes internacionais, a menos que a instituição forneça registros de “atividades ilegais e violentas” de alunos estrangeiros. A mensagem foi divulgada por meio de um comunicado oficial na quarta-feira, 16 de outubro.

Noem enviou uma carta exigindo informações detalhadas sobre qualquer atividade ilegal ou violenta relacionada a portadores de visto de estudante estrangeiro. O prazo estabelecido para o envio dessas informações é 30 de abril de 2025. Caso Harvard não atenda a essa solicitação, poderia perder a certificação do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP), que permite que a universidade emita documentos para a solicitação de vistos de entrada nos Estados Unidos.

Atualmente, Harvard possui 6.793 estudantes internacionais, que correspondem a 27,2% das matrículas para o ano letivo de 2024-2025, segundo dados da própria universidade. No mesmo dia, o Departamento de Segurança Interna (DHS) anunciou o cancelamento de duas bolsas federais no valor total de US$ 2,7 milhões destinadas à instituição. A universidade afirmou estar ciente da carta, reiterando que não abrirá mão de sua autonomia ou de seus direitos constitucionais.

No comunicado, Harvard destacou que continuará a cumprir as leis vigentes e expressou a expectativa de que a Administração Federal faça o mesmo. A mensagem aborda que, caso haja alguma ação federal contra um membro da comunidade acadêmica, esta deve ser baseada em evidências concretas e respeitar os procedimentos legais e direitos constitucionais.

Além disso, a carta do DHS alega que Harvard teria criado um “ambiente de aprendizado hostil” para estudantes judeus, conforme reportado pelo jornal estudantil The Harvard Crimson. O conteúdo da carta menciona o privilégio de receber estudantes internacionais como algo que não é garantido e solicita informações sobre ameaças a alunos e funcionários, obstruções no ambiente escolar e ações disciplinares decorrentes de tais incidentes.

Esses eventos ocorrem em um contexto de tensão, com o governo anterior tendo congelado mais de US$ 2 bilhões em bolsas e contratos plurianuais com Harvard, após a instituição se recusar a implementar mudanças políticas que eram exigidas pela Casa Branca. As demandas incluíam a eliminação de programas de diversidade, equidade e inclusão, bem como intervenções na forma como protestos eram conduzidos no campus.

Funcionários do governo afirmam que essas exigências visam combater o antissemitismo, especialmente em resposta a protestos que ocorreram no campus durante a guerra entre Israel e Hamas. O governo também tomou providências para revogar vistos de centenas de estudantes, professores e pesquisadores em várias universidades americanas, abrangendo tanto casos de apoio a organizações terroristas quanto delitos menores ocorridos anteriormente.

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