Harvey Weinstein será julgado por acusações de estupro e agressão sexual em Manhattan na próxima terça-feira, 15 de outubro, um ano após um tribunal de apelações estadual ter anulado sua condenação de 2020. Com 73 anos, Weinstein enfrenta uma acusação de estupro e duas acusações de ato sexual criminoso. O julgamento, que terá a condução do juiz Curtis Farber, será realizado por um júri. O acusado se declarou inocente e refutou as alegações de agressão e de sexo não consensual. Sua condenação anterior foi um marco significativo para o movimento #MeToo, que incentivou mulheres a relatarem casos de má conduta sexual por figuras de poder em diversas áreas.
A nova fase do julgamento começará com a seleção do júri, um processo que deverá levar aproximadamente seis semanas. O juiz Farber e os advogados envolvidos questionarão um grupo de jurados potenciais, composto por cidadãos de Manhattan, a fim de selecionar 12 jurados para o caso. Para uma condenação ser alcançada, um veredito unânime será necessário.
Em 2020, um júri considerou Weinstein culpado de estupro e agressão sexual, resultando em uma sentença de 23 anos de prisão. No entanto, o tribunal de apelações decidiu, em abril de 2024, anular a condenação e ordenar um novo julgamento. A corte concluiu que a inclusão de testemunhos de mulheres que não estavam diretamente relacionadas às acusações originais foi inadequada. O escritório do promotor público de Manhattan, liderado por Alvin Bragg, acusa Weinstein de ter agredido sexualmente Miriam Haley, uma ex-assistente de produção, em 2006, e de ter estuprado Jessica Mann, uma aspirante a atriz, em 2013.
Nesse novo julgamento, Weinstein também enfrentará uma nova acusação relacionada a uma agressão a uma mulher não identificada em Manhattan, ocorrida em 2006. Durante o primeiro julgamento, os promotores descreveram Weinstein como um predador que manipulava mulheres em busca de oportunidades de carreira, levando-as a quartos de hotel ou residências particulares para depois dominá-las e atacá-las.
Mesmo que seja absolvido no novo julgamento em Nova York, a possibilidade de Weinstein passar o resto da vida na prisão permanece alta, uma vez que ele já foi condenado a 16 anos de prisão por uma sentença separada relacionada a um caso de estupro na Califórnia, pena que ainda não começou a cumprir. Ele permanece encarcerado em Nova York desde que sua condenação anterior foi revogada. Em setembro de 2024, Weinstein foi internado às pressas para uma cirurgia cardíaca de emergência, episódio que se juntou a outros problemas de saúde que ele enfrentou na prisão de Rikers Island, onde se alega que os cuidados médicos fornecidos eram inadequados.
Mais de 100 mulheres, incluindo atrizes conhecidas, denunciaram Weinstein por má conduta, e suas alegações impulsionaram o movimento #MeToo. O magnata do cinema nega todas as acusações, sustentando que as interações sexuais foram consensuais. O estúdio de cinema que fundou declarou falência em março de 2018, após as primeiras alegações de conduta sexual inadequada.