Enquanto cresce a pressão para que o grupo Hezbollah, originário do Líbano, desista de suas armas, uma autoridade de alto escalão indicou que o Hezbollah está disposto a dialogar com o presidente libanês a respeito de seu arsenal, contanto que Israel concorde em se retirar do sul do Líbano e cesse suas ações hostis. O presidente Joseph Aoun, que recebeu apoio dos Estados Unidos e assumiu o cargo em janeiro, busca estabelecer um controle estatal sobre armamentos e pretende abrir conversações com o Hezbollah sobre suas armas em breve, segundo três fontes que acompanham a política libanesa.
O debate sobre o desarmamento do Hezbollah ganhou força após a guerra contra Israel ocorrida no ano anterior e a derrubada do ex-presidente sírio Bashar al-Assad, aliado do grupo. O Hezbollah saiu consideravelmente enfraquecido desse conflito, perdendo importantes líderes e um número significativo de combatentes, além de ver grande parte de seu estoque de foguetes destruído.
A mesma autoridade do Hezbollah afirmou que o grupo está aberto a discutir seu armamento dentro de uma perspectiva de defesa nacional. No entanto, essa disposição está condicionada à retirada das tropas israelenses de cinco posições no sul do Líbano. A fonte destacou que “o Hezbollah está pronto para discutir a questão de suas armas se Israel se retirar das cinco posições e interromper suas agressões contra os libaneses”. Essa perspectiva sobre a possibilidade de negociações ainda não havia sido divulgada anteriormente, e as fontes solicitam anonimato devido à natureza delicada da situação política.
O escritório de comunicação do Hezbollah não respondeu de imediato a solicitações de comentários, e a Presidência libanesa também optou por não se manifestar. Israel, que mobilizou tropas na região sul durante a guerra, já havia recolhido a maior parte de suas forças, mas decidiu em fevereiro manter a presença nas cinco posições estratégicas. O país afirma que irá transferir o controle a tropas libanesas quando a situação de segurança permitir.
Mesmo após a implementação de um cessar-fogo em novembro, os ataques aéreos israelenses continuam a pressionar o Hezbollah, enquanto os Estados Unidos reiteram suas exigências para que o grupo se desarme e se prepare para diálogos com o Irã, que apoia o Hezbollah e desenvolve um programa nuclear.
