Uma mulher tem enfrentado ameaças constantes por parte de seu ex-namorado na cidade de Guarujá, localizada no litoral de São Paulo. O homem utiliza o recurso de descrição do Pix para enviar mensagens ameaçadoras, com transferências de apenas um centavo, permitindo assim a comunicação de ofensas à ex-companheira. De acordo com informações contidas no boletim de ocorrência, o suspeito já invadiu a residência da vítima, furtou um capacete e tentou atropelá-la. Em entrevista, a mulher relatou: “Recebi muito mais do que trinta ameaças, mas essas foram as que consegui levar até à delegacia.”
A vítima ressaltou que o ex-namorado demonstrava interesse em reatar o relacionamento, e o término teria sido o responsável pelo início das ameaças. O homem até se utilizou de perfis falsos em redes sociais para tentar contactá-la. Registros de tela apresentados pela mulher revelam algumas das mensagens intimidatórias enviadas por meio das transferências via Pix, incluindo frases ameaçadoras como “Eu vou te matar nem que seja a última coisa que eu faça em sua vida” e “eu quero ver minha filha, se tu não deixar se prepara para o inferno.” A mulher esclareceu que, embora o homem se refira à criança como “minha filha,” ele não é o pai biológico, tendo apenas participado de sua criação por um período.
O término do relacionamento ocorreu em novembro de 2024, e embora a mulher tenha bloqueado o homem nas redes sociais, as ameaças continuaram através do Pix. O Tribunal de Justiça de São Paulo anunciou a concessão de medidas protetivas à vítima. Por meio dessas medidas, o autor das ameaças está proibido de se aproximar da jovem e de manter qualquer tipo de contato. Ademais, ele não pode comparecer à residência ou ao local de trabalho da vítima, sob pena de prisão preventiva em caso de descumprimento. A decisão do TJSP destacou que as circunstâncias relatadas são graves e colocam a requerente em situação de vulnerabilidade, evidenciando indícios de violência doméstica e familiar contra a mulher.