O governo federal sinalizou abertura para discutir a redução de penas para crimes de menor gravidade, enquanto se opõe a uma anistia ampla que favoreça todos os envolvidos. O presidente da Câmara, Hugo Motta, está em conversações com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Supremo Tribunal Federal (STF) para buscar um consenso sobre a anistia para os participantes dos eventos de 8 de janeiro.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, destacou a importância de que as discussões sobre anistia sejam realizadas no Congresso, mantendo a independência do STF. Ela expressou preocupação com a possibilidade de que a anistia abrangesse figuras de destaque, como Bolsonaro, consideradas responsáveis pelos distúrbios, embora reconheça a necessidade de debater a questão.
Na última sexta-feira, Gleisi Hoffmann utilizou suas redes sociais para esclarecer suas declarações, que não foram bem recebidas. A ministra reiterou que o debate deve ocorrer no Congresso, desde que não comprometa a autonomia do STF.
Ministros do STF afirmaram que qualquer solução proposta deve ser submetida à análise da Corte, levando em conta os direitos dos réus e condenados, assim como a possibilidade de progressão de regime e alternativas à prisão. A reunião entre Motta e Bolsonaro, que não estava prevista na agenda do deputado, ocorreu na residência oficial da Câmara. Até o presente momento, não houve uma manifestação clara de apoio por parte do presidente da Câmara em relação à proposta, resultando na postura cautelosa de membros do Centrão sobre o tema.