O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, que pertence ao partido Republicanos da Paraíba, anunciou que um dos principais tópicos a serem discutidos nas próximas reuniões com líderes políticos será a questão da anistia para os envolvidos nos eventos do dia 8 de janeiro. Em uma coletiva de imprensa realizada no último domingo, Motta destacou que esse tema é um dos que mais divide a Câmara atualmente. Existe um projeto de lei em tramitação que propõe a votação da anistia para os detidos em 8 de janeiro, enquanto o Partido dos Trabalhadores defende que essa pauta não seja analisada. Motta, que assumiu a presidência da Câmara com o apoio de vários partidos, afirmou que o tema será devidamente considerado nas reuniões futuras e que ele se compromete a conduzir o assunto com imparcialidade.
No dia 8 de janeiro de 2023, aproximadamente 5.000 manifestantes invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes. Durante os atos, os invasores destruíram vidros, móveis e obras de arte no Palácio do Planalto, além de incendiar o plenário do Supremo Tribunal Federal e danificar as instalações do Congresso Nacional. Desde então, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 371 pessoas entre mais de 2.000 investigadas, sendo 225 réus com ações consideradas graves, cuja penas variam de 3 a 17 anos de reclusão. Dados atualizados até 7 de janeiro indicam que 122 dos condenados permanecem foragidos.
Além disso, 527 indivíduos que cometeram infrações de menor gravidade celebraram acordos com o Ministério Público Federal, resultando em um total de 898 pessoas responsabilizadas até o momento. Outras 146 pessoas foram condenadas por incitação e formação de associação criminosa, mas não foram encarceradas; em vez disso, elas deverão utilizar tornozeleiras eletrônicas, pagar multas, prestar 225 horas de serviços comunitários e participar de um curso presencial sobre democracia. Cinco indivíduos foram absolvidos das acusações. Os crimes imputados pelo STF incluem tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.