Hugo Motta assumirá a presidência da Câmara em uma semana marcada por intensos debates sobre a proposta de anistia para os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Após uma viagem ao Japão e Vietnã acompanhando o presidente Lula, Motta retorna ao controle da Casa em um momento crítico, acentuado pelo resultado do julgamento na Primeira Turma do STF, onde ministros votaram a favor da denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e outros sete indivíduos por tentativa de golpe de Estado. Esse desdobramento provocou uma reação imediata dos aliados do ex-presidente, levando o PL a instruir seus parlamentares a obstruir as atividades da Câmara.
A polarização em torno da anistia tem gerado um consenso entre parlamentares de diferentes espectros políticos, do Centrão à oposição. Todos concordam que o debate sobre essa proposta dominará a agenda política na Câmara, afetando tanto as discussões nas comissões como as deliberações no plenário. A reunião de líderes prevista para quinta-feira será um dos momentos-chave dessa disputa, onde os representantes do PL, liderados por Sóstenes Cavalcante (RJ), e da oposição, como Zucco (PL-RS), intensificarão a pressão sobre o presidente da Câmara para que o pedido de urgência para o projeto de anistia seja levado à votação.
Em meio a esse clima de tensão, o ambiente político em Brasília também é permeado por momentos de humor. Uma das ocorrências notáveis foi quando o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) “aconselhou” Motta a retornar do Vietnã “com a couraça e a coragem dos guerrilheiros vietcongues”, preparando-se para os acirrados debates que se avizinham na Câmara.