Um estudo da Nvidia revelou que a adesão da inteligência artificial (IA) no setor financeiro está em ascensão, com as instituições financeiras otimizando seus processos. Historicamente, os bancos têm raízes que remontam à Idade Média, e sua longevidade como modelo de negócios está ligada à sua capacidade de se reinventar. A implementação de tecnologias emergentes, como a IA, está se tornando um fator crucial para a competitividade no setor.
O levantamento da Nvidia indica que a adoção de IA por bancos e fintechs aumentou em cerca de 12 pontos percentuais, passando de 40% em 2023 para 52% atualmente. No Brasil, o uso de inteligência artificial por bancos já remonta a décadas antes do surgimento da IA generativa, com aplicações que melhoraram segurança, personalização de serviços, atendimento ao cliente e eficientização de tarefas burocráticas, como a análise de documentos.
As áreas que mais utilizam IA no setor financeiro incluem a experiência do consumidor, com 60% das instituições, seguidas por relatórios e pesquisas de investimento (53%) e processamento de documentos (53%). No Santander, por exemplo, o aprendizado de máquina é utilizado desde 2017 para prevenção de fraudes, permitindo que os sistemas aprendam e se desenvolvam autonomamente por meio de redes neurais.
Diferenças na aplicação de IA entre bancos tradicionais e fintechs foram notadas por especialistas. Fintechs têm a vantagem de nascerem da tecnologia, permitindo maior agilidade na implementação de inovações sem as limitações de legados tradicionais. Ante a isso, grandes bancos, como o Itaú, buscam parcerias com fintechs disruptivas, como no caso da aquisição de 15% da NeoSpace, para acelerar sua transformação digital.
Um dos focos centrais da aplicação de IA no setor financeiro é aprimorar a segurança. Dado o volume de transações, é vital que as instituições tenham mecanismos para detectar atividades suspeitas. A IA pode avaliar a autenticidade de uma transação, com uma taxa de confiabilidade de 85% a 90%, resultando em aprovações automáticas.
A utilização de biometria facial para prevenção de fraudes também está se tornando comum. Para verificar a autenticidade dos usuários, o Santander, por exemplo, emprega uma tecnologia conhecida como liveness para garantir que as imagens sejam capturadas em tempo real e não de arquivos de foto ou vídeo.
A comunicação entre clientes e instituições financeiras tem evoluído, com um foco em “agentes inteligentes” que buscam otimizar a experiência do usuário. O advento de Modelos de Linguagem de Grande Escala, exemplificados pelo ChatGPT, proporcionou um avanço significativo nas interações entre instituições e clientes, reduzindo o tempo de resposta e aumentando a precisao nas comunicações.
No Santander, o uso da IA resultou em uma redução de 20% no tempo médio de atendimento. O banco investe no aprimoramento de chatbots e assistentes virtuais, enquanto o Bradesco destaca sua assistente virtual BIA, que já contabiliza dois bilhões de interações com clientes desde sua criação em 2016.
As interações assistidas por IA no Itaú também são significativas, com 75% delas realizando algum tipo de assistência. A instituição visa oferecer uma “hiperpersonalização” através de seu aplicativo. Além disso, a IA é utilizada para otimizar a leitura de documentos e melhorar a eficiência das operações financeiras.
As expectativas para o futuro incluem um aumento significativo da aplicação de IA em áreas como meio ambiente, social e governança (ESG). De acordo com a pesquisa da Nvidia, 98% dos entrevistados pretendem aumentar seus investimentos em infraestrutura de inteligência artificial.
A implementação de soluções de IA trouxe melhorias substanciais, resultando em um aumento na eficiência operacional e na precisão das decisões tomadas pelos bancos. A Nvidia antecipa que a próxima geração de IA, chamada Agentic AI, será capaz de tomar decisões com mínima intervenção humana, o que pode melhorar ainda mais a personalização dos serviços nas instituições financeiras.