O mercado global foi impactado pela intensificação do conflito entre Irã e Israel. Na terça-feira (17), o presidente dos Estados Unidos solicitou a “rendição incondicional” do Irã, afirmando que o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, estaria seguro “pelo menos por enquanto”. Enquanto isso, Israel atacou diversas instalações ligadas a programas nucleares e de mísseis do Irã, além de conduzir extensas operações de guerra cibernética. O Irã, por sua vez, continuou a realizar ataques aéreos contra Israel.
Em meio a essas tensões no Oriente Médio, investidores adotaram uma postura cautelosa na véspera da “super quarta”, quando o Federal Reserve (FED) e o Banco Central do Brasil anunciarão suas decisões sobre as taxas de juros. A expectativa é que o FED mantenha a taxa entre 4,25% e 4,50%. No Brasil, as previsões do mercado estão divididas entre manter a taxa Selic em 14,75% ou aumentá-la em 0,25 ponto percentual.
Na terça-feira, a probabilidade de um aumento de 25 pontos-base na taxa básica foi avaliada em 60%, em comparação a 40% para a manutenção. A crença é de que um possível aumento tornaria o Brasil mais atrativo para investimentos internacionais, o que, em tese, poderia pressionar a baixa do dólar na quinta-feira (19), desde que o clima externo permaneça estável.
Ao final do dia, o dólar subiu 0,18%, cotado a R$ 5,49, acumulando uma queda de 11,03% no ano. A moeda apresentou flutuações ao longo do dia, especialmente durante a manhã. O índice Ibovespa acompanhou a tendência global e caiu 0,3%, fechando a 138.840,02 pontos. Em Wall Street, a situação também foi de declínio, com o S&P 500 registrando uma queda de 0,8%.
Nos destaques do mercado, a VALE ON apresentou uma queda de 4,5%, influenciada pela aversão ao risco global, após uma alta de mais de 3% no dia anterior, enquanto o contrato mais negociado na bolsa de Dalian, na China, fechou a 699 iuanes (R$ 503,28) por tonelada, com pequenas variações.
As ações da PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram, registrando altas de 2,27% e 2,95%, respectivamente, acompanhando o incremento dos preços do petróleo no mercado internacional, que ajudou a moderar a queda no Ibovespa. O barril de Brent, referência para a Petrobras, fechou em alta de 4,4%, a US$ 76,45 (R$ 419,73). A Petrobras e a ExxonMobil adquiriram, em leilão, dez blocos exploratórios de petróleo e gás na Bacia da Foz do Amazonas. No setor, PRIO ON subiu 1,97% e PETRORECONCAVO ON teve um aumento de 1,23%, enquanto BRAVA ON caiu 0,44%.
As ações da USIMINAS PNA caíram 6,9%, após reavaliação por analistas do Itaú BBA, que rebaixaram a classificação para “market perform” e ajustaram o preço-alvo para R$ 5,9, de R$ 8,5, apontando para uma deterioração mais rápida nos preços de aços planos no Brasil. Os analistas destacaram a concorrência acirrada com produtos importados, especialmente em um cenário em que o real se valoriza, o que pode impactar negativamente a demanda e os preços domésticos no segundo semestre de 2025.
No setor bancário, ITAÚ UNIBANCO PN teve uma alta de 0,6%, mas o BANCO DO BRASIL ON recuou 0,36%. BRADESCO PN avançou 1,5% e SANTANDER BRASIL UNIT subiu 0,2%.
A BRF ON encerrou o dia com uma leve queda de 0,05%, após reverter perdas ao longo do pregão, em função do adiamento da assembleia geral extraordinária que deliberaria sobre a fusão com a Marfrig. Ambas as empresas estão avaliando a decisão da CVM e possíveis medidas a serem tomadas. MARFRIG ON caiu 2,4%.
A MULTIPLAN ON teve uma valorização de 1,08%, com base em informações de uma reunião com investidores, onde foi anunciado um crescimento de 14,6% nas vendas dos lojistas em maio. Para a Ativa Investimentos, isso reforça o compromisso da empresa em otimizar a alocação de capital para 2025.
A DIRECIONAL ON subiu 1,9%, após o conselho de administração aprovar o pagamento de quase R$ 347 milhões em dividendos intermediários e um desdobramento de ações ordinárias. O índice do setor imobiliário cresceu 0,74%.
A TOTVS ON teve alta de 0,7%, impulsionada por anúncios sobre sua estratégia de desenvolver produtos com tecnologia de inteligência artificial, voltados para pequenas e médias empresas, com potencial de receita anual estimada em até R$ 2 bilhões.
