14 abril 2025
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Ibovespa Fecha Semana com Resultados Positivos, Mesmo Diante da Guerra Comercial

O Ibovespa teve um fechamento positivo de 1% nesta sexta-feira, garantindo um desempenho favorável ao longo da semana. Essa valorização ocorreu após anúncios da Casa Branca indicando que o presidente dos Estados Unidos está esperançoso quanto a um acordo comercial com a China. A declaração foi emitida após Pequim aumentar as tarifas sobre produtos norte-americanos para 125%, mas afirmar que este será o último ajuste a ser feito, condicionando essa postura à possível elevação das taxas imposta por Trump sobre itens chineses.

O índice de referência do mercado brasileiro, Ibovespa, subiu 1,05%, atingindo 127.682,4 pontos. Durante o dia, o índice chegou a marcar a máxima de 128.385,96 pontos e a mínima de 126.078,39 pontos. No acumulado semanal, houve uma variação positiva de 0,34%. O volume negociado nesta sexta-feira foi de R$ 22,5 bilhões. O dólar à vista teve uma queda de 0,49%, fechando a R$ 5,8698, e no acumulado da semana, a moeda apresentou uma alta de 0,54%.

De acordo com Tiago Cunha, gestor de renda variável na Ace Capital, a indicação das autoridades chinesas de que este será o último aumento de tarifas foi bem recebida, assim como a disposição de Trump de continuar as negociações com a China. Cunha também mencionou declarações de Susan Collins, presidente do Federal Reserve de Boston, que afirmou que o banco central norte-americano adotará uma abordagem mais acomodatícia se a volatilidade nos mercados persistir. Cunningham expressou que essa situação gerou um alívio que possibilitou uma recuperação nos mercados, embora ainda existam incertezas quanto à conclusão dessas interações entre Estados Unidos e China, bem como as negociações com outras nações, levando a uma expectativa de elevada volatilidade.

Em entrevista ao Financial Times, Collins ressaltou que o Fed possui ferramentas para lidar com eventuais preocupações relacionadas ao funcionamento do mercado ou à liquidez, se estas situações surgirem, afirmando que a instituição estaria preparada para agir conforme necessário.

Na Bolsa de Valores de Nova York, o S&P 500 teve um desempenho instável, mas encerrou o dia em alta de 1,8%, com os agentes financeiros monitorando o início da temporada de divulgação de resultados, que na ocasião incluiu os balanços do JPMorgan e Morgan Stanley. No Brasil, foi reportado que o IPCA desacelerou em março, apresentando uma alta de 0,56%, em comparação ao aumento de 1,31% verificado em fevereiro. Contudo, a variação acumulada nos últimos 12 meses subiu de 5,06% para 5,48%, se distanciando ainda mais da meta de inflação estabelecida pelo Banco Central.

A equipe do Bank of America esclareceu que a desaceleração observada mensalmente não traz muitos insights, considerando que fevereiro apresentou distorções causadas pelo bônus de Itaipu e a sazonalidade do retorno às aulas, conforme indicado em um relatório enviado a seus clientes. O documento reforça que a inflação anual continua em ascensão, tanto em termos gerais quanto nas categorias núcleo e serviços essenciais, mantendo-se em níveis elevados.

Adicionalmente, o IBC-Br, indicador calculado pelo Banco Central e utilizado como sinalizador do PIB, avançou 0,4% em fevereiro, ajustado sazonalmente, superando as expectativas do mercado, que estavam em 0,15%, mas ainda ficou abaixo do crescimento de 0,9% registrado em janeiro.

Entre as ações em destaque, a PETROBRAS PN apresentou uma elevação de 1,99%, acompanhando a valorização dos preços do petróleo, que subiram mais de 2%, favorecendo a recuperação do setor na B3. As ações da BRAVA ON avançaram 5,24%, enquanto a PRIO ON teve alta de 4,38% e a PETRORECONCAVO ON valorizou-se em 1,05%.

A VALE ON também se valorizou, com um incremento de 1,67%, impulsionada pela alta observada nos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou o dia com alta de 0,71%, cotando a 708 iuanes (US$ 96,70) por tonelada, mesmo com uma perda semanal de 4,8%.

No setor bancário, o ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 0,51%, seguindo a tendência positiva do mercado, assim como o BRADESCO PN, que viu suas ações subirem 1,37%. O BANCO DO BRASIL ON teve um incremento de 0,87%, enquanto o SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com um aumento de 1,02%.

As ações da SLC AGRÍCOLA ON avançaram 6,01%, em grande parte devido a um relatório de analistas do Citi, que indicou expectativas de bom desempenho para a companhia nos próximos dias, especialmente diante das incertezas sobre tarifas de importação que podem beneficiar o agronegócio brasileiro.

Entretanto, o IRB(RE) ON sofreu uma queda de 6,65%, em meio à redução do preço-alvo por parte de analistas do JPMorgan, que rebaixaram totalmente a estimativa de R$ 49 para R$ 48, mantendo a classificação de “underweight”. As previsões de lucro para 2025 e 2026 foram quase inalteradas, em R$ 548 milhões e R$ 639 milhões, respectivamente.

As ações da SUZANO ON caíram 1,15%, enquanto a KLABIN UNIT teve uma retração de 0,66%, refletindo a queda do dólar em relação ao real. O BTG Pactual também reportou uma queda semanal nos preços de celulose na China, e o Safra previu uma temporada de resultados fraca para o setor no trimestre.

Por fim, a CYRELA ON teve um leve aumento de 0,77%, revertendo perdas que chegaram a 3% em um momento de mínima. A DIRECIONAL ON, que também divulgou seus dados operacionais, registrou uma queda de 0,74%.

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