sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Identificação de asteroide inicia protocolos de…

Pela primeira vez, grupos internacionais dedicados à defesa planetária foram mobilizados após a identificação do asteroide 2024 YR4, que apresenta uma leve, porém significativa, possibilidade de colidir com o nosso planeta em 2032. Essa ação evidencia a crescente eficácia do monitoramento espacial e a seriedade com que a comunidade científica e as agências espaciais consideram o risco de impactos de asteroides.

A identificação do 2024 YR4 ocorreu no dia 27 de dezembro de 2024, realizada pelo telescópio Asteroid Terrestrial-impact Last Alert System (Atlas), em Río Hurtado, no Chile. Assim que o asteroide foi descoberto, sistemas automáticos de alerta calcularam que ele poderia impactar a Terra no dia 22 de dezembro de 2032. A estimativa do tamanho do asteroide varia entre 40 e 100 metros de diâmetro. Um objeto dessa dimensão pode causar estragos significativos em uma área restrita, e impactos dessa magnitude acontecem em média a cada vários milênios.

Essa descoberta fez com que o asteroide se tornasse uma prioridade na lista de riscos da Agência Espacial Europeia (ESA). Desde o início de janeiro de 2025, observadores em diferentes partes do mundo têm priorizado a coleta de dados para aprimorar o entendimento sobre o tamanho e a trajetória do asteroide. Até quarta-feira, 29, a ESA estimou uma probabilidade de impacto de 1,2%, um número que é consistente com as análises independentes realizadas pelo Centro de Estudos de Objetos Próximos à Terra (CNEOS) da Nasa e pelo NEODyS.

O 2024 YR4 recebeu um nível 3 na Escala de Perigo de Impacto de Torino, indicando que é um objeto de interesse que requer atenção tanto dos astrônomos quanto do público. É relevante mencionar que a chance de um asteroide colidir com a Terra geralmente aumenta inicialmente, antes de cair rapidamente para zero após mais observações. É provável que o asteroide seja maior que 50 metros e tenha uma chance de impacto superior a 1% em algum momento nos próximos 50 anos.

Este cenário levou à ativação de dois grupos de resposta a asteroides aprovados pela ONU: a Rede Internacional de Alerta de Asteroides (IAWN), sob a liderança da Nasa, e o Grupo de Aconselhamento de Planejamento de Missões Espaciais (SMPAG), presidido pela ESA. A IAWN é responsável por coordenar o monitoramento de asteroides e, se necessário, desenvolver estratégias para ajudar os governos a avaliar consequências e planejar respostas. A ESA, membro da IAWN, está à frente da coordenação de observações adicionais. O SMPAG promove a troca internacional de informações e planeja ações de mitigação de ameaças relacionadas ao 2024 YR4.

Nos próximos meses, a observação do asteroide a partir da Terra se tornará mais desafiadora. A ESA seguirá coordenando observações utilizando telescópios cada vez mais potentes, como o Very Large Telescope (VLT), localizado no Observatório Europeu do Sul, no Chile. Se o asteroide se tornar invisível antes que a possibilidade de impacto seja completamente eliminada, ele permanecerá na lista de risco da ESA até que se torne observável novamente, em 2028. Essa mobilização representa um marco significativo na evolução da defesa planetária, evidenciando a capacidade global de detecção e resposta a potenciais ameaças de asteroides.

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