30 março 2025
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IMC e Kentucky Foods Chile Unem Forças para Potencializar o KFC no Brasil

A International Meal Company (IMC), um grupo do setor de alimentação responsável por redes como KFC, Pizza Hut e Frango Assado no Brasil, anunciou a formação de uma joint venture para a operação brasileira do KFC. A parceria será realizada com a Kentucky Foods Chile Limitada, um grupo chileno também do ramo, que possui experiência na América Latina.

Na nova estrutura, a IMC detém 41,7% da empresa e venderá 58,3% por US$ 35 milhões, equivalente a aproximadamente R$ 200 milhões. Esta transação, aprovada pela Yum! Brands, proprietária da marca globalmente, avaliou o ativo em US$ 60 milhões, ou cerca de R$ 343 milhões. O CEO da IMC destaca que esse valor demonstra que a soma das partes é superior à avaliação total da IMC, estimada em cerca de US$ 50 milhões. O objetivo é liberar o potencial do KFC, mesmo com a diluição da participação da IMC.

As negociações começaram há um ano e se intensificaram nos últimos meses. A Kentucky Foods Chile, mestre franqueada do KFC na América Latina desde 1986, opera mais de 550 restaurantes da marca. Atualmente, o KFC Brasil possui 231 unidades, crescimento significativo em comparação às 50 unidades em 2019, quando a IMC assumiu a operação e priorizou sua expansão junto com as marcas Pizza Hut e Frango Assado. No entanto, em 2021, a IMC enfrentou um desafio com uma arbitragem da Yum! Brands relacionada a metas não cumpridas durante a pandemia de Covid-19, resolução que ocorreu em outubro de 2022 com a renovação de termos de parceria até 2032.

Ao envolver um parceiro com vasta experiência e presença no setor, a IMC busca garantir um avanço mais robusto para o KFC Brasil, sem a necessidade de investimento financeiro adicional da holding. O CEO salienta que a empresa enfrenta restrições de capital devido ao cenário econômico e à sua diversidade de marcas. Portanto, o novo sócio será responsável pela capitalização necessária para os investimentos futuros no Brasil.

Os recursos provenientes do acordo, totalizando US$ 35 milhões, já têm destinação definida, sendo a maior parte destinada à redução da dívida e alavancagem da IMC. Ao final de 2024, a empresa registrou uma dívida líquida de R$ 360,7 milhões, aumento em comparação aos R$ 295,4 milhões de 2023. O pagamento da transação será realizado em duas parcelas, com um montante inicial de US$ 12,5 milhões e o restante ao longo de dois anos, acompanhado de garantias bancárias que permitirão acesso mais rápido ao capital.

A redução da contabilização total do KFC no balanço da IMC não deve impactar significativamente o Ebitda, pois a empresa deixar de arcar com despesas administrativas associadas à operação. Essa mudança busca melhorar a estrutura de capital da IMC, criando um ambiente mais leve financeiramente e possibilitando novos investimentos em outras marcas do portfólio.

Com a expansão do Pizza Hut sendo direcionada para um modelo de franquias, o Frango Assado poderá se beneficiar desse novo momento. A mais recente loja desse segmento foi inaugurada na Rodovia Dutra, em Guararema (SP), representando a interrupção de um período de mais de três anos sem novas aberturas. Essa unidade é resultado de uma conversão de um restaurante que já funcionava no local.

A empresa está avaliando um foco maior em conversões, que requerem menor investimento inicial (capex), além de parcerias com postos que ainda não oferecem opções de alimentação. A expectativa é que o Frango Assado possa dobrar seu tamanho com a abertura de 8 a 10 novas lojas.

Apesar das novas estratégias, a IMC ainda enfrenta desafios financeiros. No quarto trimestre, a empresa reportou um prejuízo de R$ 47,8 milhões, embora melhor que os R$ 104,4 milhões do ano anterior. No acumulado do ano, o prejuízo totalizou R$ 76,3 milhões, uma queda de 46,6% em relação a 2023. Durante o mesmo período, a receita líquida cresceu 1,8% no trimestre, alcançando R$ 546,7 milhões, e 2% no ano, totalizando R$ 2,22 bilhões.

Além disso, a receita no Brasil atingiu R$ 1,48 bilhão em 2024, um crescimento de 5,5%. Contudo, houve uma redução de 4,5% na receita gerada pela operação nos Estados Unidos, onde a IMC atua com a marca Margaritaville. Esse resultado registrado se deve, em parte, ao fechamento de lojas deficitárias, com um saldo final de expansão líquida de 39 novas unidades no ano, resultado de 69 aberturas e 30 fechamentos.

No fechamento do ano, a IMC teve um leve aumento de 0,1% nas vendas em lojas mesmas, em contraste com 4,8% de crescimento em 2023. O Ebitda ajustado, por sua vez, teve um crescimento significativo de 13,9%, alcançando R$ 301,8 milhões. Adicionalmente, as despesas gerais e administrativas no Brasil caíram 8,3%, somando R$ 132 milhões.

A IMC também anunciou a renúncia do CFO, sendo Natalia Lacava, com experiência anterior em importantes instituições, sua sucessora a partir de 2 de abril. As ações da IMC foram encerradas cotadas a R$ 1,15, resultando em uma alta de 4,55%. Até 2024, as ações acumularam uma valorização de 18,5%, totalizando um valor de mercado de R$ 328,2 milhões.

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