17 abril 2025
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Impacto da Guerra Comercial entre China e EUA: Até 7% do PIB Global em Risco

MANDEL NGAN e GREG BAKER/AFP

Esta combinação de imagens, criada em 4 de abril de 2025, apresenta o presidente dos Estados Unidos a bordo do Air Force One em direção a Miami, Flórida, em 3 de abril de 2025, e o presidente da China no Grande Salão do Povo, em Pequim, em 8 de março de 2025. A China, reconhecida como a segunda maior economia global, foi citada pelo presidente Trump durante um discurso em 3 de abril, quando ele afirmou que as tarifas totais impostas por Pequim sobre produtos norte-americanos, incluindo a manipulação cambial, alcançavam 67%. Em resposta, no dia 4 de abril, a China anunciou tarifas de 34% sobre importações dos EUA, tornando-se a primeira grande economia a retaliar as novas tarifas pesadas de Trump, intensificando uma guerra comercial que já afetava os mercados.

Desde que o presidente dos Estados Unidos anunciou tarifas em produtos estrangeiros no dia 2 de abril, a tensão com a China aumentou significativamente, culminando em uma guerra comercial. Em resposta às novas medidas, o presidente Xi Jinping impôs tarifas de 84% sobre produtos americanos. Essa ação levou Trump a aumentar as tarifas sobre as importações chinesas para 125%, um aumento em relação aos 104% impostos anteriormente, além de suspender tarifas aduaneiras a vários países por um período de 90 dias. O presidente dos EUA foca suas medidas no gigante asiático, alegando a “falta de respeito” de Pequim, que teria guiado a postura dos EUA nesta disputa comercial.

As tarifas sobre produtos chineses vêm crescendo de forma acentuada, com aumentos que variam de 10%, 20%, 54%, 104% até as atuais 125%. Ademais, a China é afetada por tarifas adicionais impostas pela administração estadunidense sobre produtos específicos, como aço, alumínio e automóveis. O governo chinês declarou que lutar contra as tarifas dos EUA seria prioritário e respondeu a cada uma das iniciativas tarifárias americanas. No dia da última atualização, a China efetivou novas tarifas, embora ainda não tenha se manifestado sobre o recente aumento definido por Trump. Além disso, a administração chinesa iniciou um procedimento na Organização Mundial do Comércio (OMC), alegando assédio por parte dos EUA e reafirmou sua resistência a recuar. Especialistas como Zhiwei Zhang, economista da Pinpoint Asset Management, indicam que não há uma solução rápida para o conflito.

A guerra comercial pode resultar em uma queda de “até 80%” no comércio de bens entre os dois países e eliminar “quase 7%” do PIB global a longo prazo, conforme advertência da diretora-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala. As exportações chinesas para os Estados Unidos superaram 500 bilhões de dólares no ano anterior, representando 16,4% do total de exportações, de acordo com autoridades aduaneiras de Pequim. Por outro lado, a China importou cerca de 143,5 bilhões de dólares em produtos americanos, conforme estimativas do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos. As importações americanas incluem principalmente produtos agrícolas, petróleo, gás, produtos farmacêuticos e semicondutores, conforme relatórios do conselho empresarial EUA-China.

A insatisfação do presidente Trump é impulsionada pelo superávit comercial da China, que foi de 295,4 bilhões de dólares em 2024. O governo chinês não demonstra disposição para equilibrar a balança comercial, considerando que suas exportações são um motor econômico importante em um cenário de consumo interno fraco. Uma escalada na guerra comercial pode impactar negativamente a meta de crescimento econômico da China, que é de “cerca de 5%” para 2025.

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