A mudança proposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à taxação global, poderá ter repercussões significativas para o Brasil. A nova política sugere que produtos brasileiros possam enfrentar tarifas que chegam a até 28%. Especialistas em economia apontam que essa alteração não se restringe apenas às tarifas de importação; ela também inclui impostos internos, regulamentações e políticas cambiais. A análise das tarifas está prevista para ser concluída até o dia 1º de abril, com foco nos países que apresentam superávits comerciais com os EUA. Embora o Brasil mantenha um déficit comercial em relação aos Estados Unidos, a nova abordagem pode impactar consideravelmente a economia brasileira.
Estimativas da Capital Economics indicam que a taxa média de taxação sobre os produtos brasileiros seria de 28%, enquanto a Índia enfrentaria uma média de 29% e a União Europeia, 25%. Economistas como Erica York e Brad Setser questionam a lógica do imposto sobre valor agregado (IVA) tratado como uma tarifa, enfatizando que o IVA não discrimina entre produtos importados e se aplica ao consumo nacional. Jennifer Hillman, que já exerceu funções no comércio dos EUA, observou que o plano de Trump é intrincado e pode gerar reações desfavoráveis contra os Estados Unidos. Paul Ashworth, economista-chefe da Capital Economics, alertou que essa nova estratégia de taxação pode elevar a tarifa média efetiva sobre as importações dos EUA de 3% para cerca de 20%, podendo resultar em um aumento temporário da inflação americana de até 4%.
