domingo, fevereiro 2, 2025
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Impacto dos Desastres Naturais Afeta 1,7 Milhão de Estudantes no Brasil em 2024

O Brasil enfrentou a situação alarmante de 1,17 milhão de crianças e adolescentes sem aulas devido a desastres climáticos, com ênfase nas enchentes no Rio Grande do Sul. Esse problema não é isolado; em todo o mundo, cerca de 242 milhões de estudantes em 85 países sofreram interrupções nas atividades escolares devido a fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor, ciclones, tempestades, inundações e secas. Essas informações são destacadas no relatório elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância.

O levantamento aponta que, em 2024, as ondas de calor foram o principal motivo para o fechamento de escolas, afetando mais de 118 milhões de estudantes, principalmente na Ásia. O sul da Ásia se revelou a região mais impactada, totalizando 128 milhões de alunos prejudicados, enquanto o Brasil também notou um aumento significativo de instituições de ensino afetadas por condições climáticas severas. Segundo Mônica Pinto, responsável pela área de Educação da Unicef no Brasil, as enchentes no Sul do país foram a causa mais preocupante das interrupções na educação, embora outras regiões, como a Norte, tenham enfrentado secas e inundações.

“Esses eventos climáticos, que antes eram apenas sazonais, estão se tornando cada vez mais intensos e frequentes, dificultando o acesso à educação para crianças e adolescentes, especialmente nas áreas mais vulneráveis”, comenta Mônica Pinto. Em abril, países como Bangladesh, Filipinas e Camboja registraram fechamento de escolas devido a temperaturas extremas, com algumas localidades atingindo até 47°C. No Afeganistão, inundações repentinas comprometeram mais de 110 instituições de ensino, agravando ainda mais a crise educacional.

O impacto se intensificou em setembro, quando pelo menos 16 países suspenderam aulas em razão de fenômenos climáticos, como o tufão Yagi, que afetou 16 milhões de crianças na Ásia Oriental e no Pacífico. Na Europa, chuvas torrenciais em nações como Itália e Espanha também resultaram em grandes interrupções na rotina escolar de milhões de estudantes.

Os efeitos dos desastres climáticos na educação vão além do simples fechamento de escolas. O estudo aponta que a suspensão prolongada das aulas pode levá-las ao abandono, à deterioração da educação, ao trabalho infantil e a casamentos precoces, especialmente em países de baixo e médio rendimento, onde estão concentrados a maioria dos estudantes afetados. A Unicef ressalta que os sistemas educacionais estão inadequadamente preparados para lidar com esses desafios, em grande parte devido à falta de infraestrutura resiliente e de investimentos financeiros apropriados.

Mônica Pinto destaca que, diante de desastres, é fundamental oferecer apoio socioemocional aos alunos, garantindo a continuidade educacional, seja em outros locais ou por meio de sistemas de ensino alternativos. “É essencial assegurar que crianças e adolescentes tenham acesso à educação, mesmo em contextos de crise. Devemos buscar soluções preventivas, que englobem a preparação das escolas e das comunidades para enfrentar essas situações e oferecer suporte às famílias”, afirma.

A organização enfatiza a necessidade de protocolos e estratégias que possibilitem a continuidade do aprendizado em momentos de calamidade. “Não podemos esperar que as tragédias ocorram para agir. A prevenção e o planejamento eficaz são cruciais para minimizar danos e assegurar que o direito à educação seja preservado em quaisquer circunstâncias”, conclui Mônica Pinto.

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