Uma nova pesquisa realizada pela emissora americana CNN em parceria com a SSRS revela preocupações significativas entre os cidadãos dos Estados Unidos em relação ao governo de Donald Trump. De acordo com os dados, 53% dos entrevistados expressam apreensão sobre o uso excessivo do poder presidencial por parte do republicano, incluindo preocupações referentes à influência do empresário Elon Musk e a demissões em massa em agências federais, que visam, supostamente, reduzir custos e desmantelar a administração pública.
Os dados indicam que a percepção de abuso de poder é mais acentuada entre eleitores democratas, com 87% expressando essa preocupação, seguidos por 57% dos independentes. Em contrapartida, apenas 11% dos republicanos consideram que Trump ultrapassou limites, enquanto 75% defendem suas ações. Ao todo, 51% dos entrevistados acreditam que ele cortou programas do governo federal de maneira excessiva e 53% veem negativamente suas tentativas de fechar agências governamentais. Além disso, 54% dos cidadãos consideram a participação de Musk em sua administração problemática.
A pesquisa também revela uma divisão de opiniões entre a população, refletindo uma crescente polarização política. Atualmente, 47% dos entrevistados aprovam o desempenho de Trump, enquanto 52% desaprovam. Embora esse seja o melhor resultado do presidente em comparação ao seu primeiro mandato, ainda se encontra abaixo das aprovações iniciais de quaisquer presidentes recentes, conforme mencionado pela CNN. A pesquisa mostra que 25% dos entrevistados consideram que Trump tem lidado de forma inesperada com o poder desde seu retorno à Casa Branca, em 20 de janeiro. Quarenta e um por cento afirmam que sua atuação está dentro do esperado e alguns enxergam isso positivamente.
A desconfiança também está presente entre os cidadãos, com 55% afirmando que Trump não tem dado atenção adequada aos problemas abrangentes do país. Além disso, 62% consideram que ele não fez o necessário para abaixar os preços dos bens de consumo. Essas opiniões são disseminadas entre diferentes grupos partidários, com 47% dos republicanos, 65% dos independentes e 73% dos democratas compartilhando desse ponto de vista. A pesquisa ainda aponta que 54% dos entrevistados não estão otimistas em relação ao restante do mandato de Trump. Esse número representa uma queda em comparação a dezembro, quando 52% estavam mais otimistas. O aumento no percentual de cidadãos que se sentem “com medo” chega a 35%, uma elevação de 6 pontos percentuais em relação a pesquisas anteriores.
Em relação à confiança em décadas anteriores, Trump parece ter perdido apoio entre alguns grupos demográficos que o apoiaram configurativamente na eleição de novembro do ano passado, quando derrotou a democrata Kamala Harris. Em janeiro, 57% dos jovens entre 18 e 34 anos, 50% dos adultos hispânicos e 30% dos adultos negros aprovavam seu manejo da transição presidencial. Atualmente, a aprovação entre jovens e hispânicos é de apenas 41%, enquanto entre os adultos negros cai para 23%.
A proposta de Trump de assumir o controle da Faixa de Gaza não é vista com bons olhos. A pesquisa indicou que 58% consideram essa ideia negativa, sendo 86% entre os democratas, 60% entre independentes e 27% entre republicanos. A grande parte dos republicanos mostra-se neutra sobre a questão, com 47% acreditando que a proposta não é nem boa nem ruim, e somente 26% a consideram favorável. Em declarações controversas, Trump manifestou a intenção de o governo dos EUA “assumir” o controle de Gaza e forçar o deslocamento de palestinos, o que várias organizações de direitos humanos qualificaram como tentativa de “limpeza étnica”.
No que tange à imigração, Trump obteve seus melhores índices de aprovação, com 39% afirmando que sua abordagem é a correta, 16% a consideram insuficiente, e 45% acreditam que ele ultrapassou limites. Além disso, 42% dos entrevistados avaliam negativamente as tentativas de Trump de encerrar iniciativas de diversidade, equidade e inclusão no governo federal, superando ligeiramente os 37% que veem suas ações como positivas. Essas iniciativas fazem parte de um amplo projeto da administração americana de combater políticas tidas como “woke”.