7 abril 2025
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Impacto Oculto da Guerra Comercial: Consequências Sem Tarifas para Consumidores Brasileiros

Desde o anúncio das tarifas de importação pelo presidente Donald Trump, o mercado financeiro de Wall Street experimentou um intenso estado de agitação. Em apenas 48 horas, o valor das empresas listadas nos Estados Unidos diminuiu em US$ 6 trilhões. O índice S&P 500 sofreu uma queda de 10,53%, enquanto a Nasdaq registrou uma desvalorização de 11,44%, conforme levantamento realizado por uma consultoria especializada.

Além da desvalorização visível, há impactos significativos em empresas que não estão diretamente sujeitas às tarifas, mas que podem ser severamente afetadas. Um exemplo é o setor bancário. Embora os bancos não tenham sido atingidos diretamente pelas tarifas, a possibilidade de uma guerra comercial pode influenciar negativamente os resultados financeiros nos próximos trimestres, caso isso leve a uma recessão ou desaceleração econômica.

Especialistas consultados por um importante jornal financeiro expressaram preocupações de que a receita dos bancos poderia ser reduzida devido à menor disposição de consumidores e empresas em buscar empréstimos. Essa situação também poderia complicar o pagamento de dívidas, aumentando o risco de inadimplência. Além disso, a crescente incerteza no mercado pode resultar em uma diminuição das taxas que os bancos de investimento recebem em operações de fusões e aquisições, assim como em ofertas públicas iniciais (IPOs), afetando ainda mais seu desempenho financeiro. Um exemplo disso é a fintech sueca Klarna, que adiou sua abertura de capital nos Estados Unidos, citando mudanças no apetite do mercado.

Essa perspectiva negativa levou à queda acentuada do índice KBW Bank, que reúne as ações dos principais bancos dos Estados Unidos. Na sexta-feira, 4 de abril, o índice recuou 6,59%, fechando em 104,27 pontos. No dia anterior, o índice já havia registrado uma queda de 9,86%, atingindo 111,63 pontos, o pior resultado desde março de 2023, em meio a repercussões do colapso do Silicon Valley Bank.

Outro setor que sofreu dificuldades devido às novas tarifas de importação é o mercado de hedge funds. De acordo com um veículo financeiro respeitável, esses fundos enfrentaram as maiores chamadas de margem desde o início da pandemia de Covid-19, com os bancos exigindo mais garantias para cobrir posições em operações de maior risco, em virtude da queda acentuada do valor de diversos ativos nos últimos leilões.

O pregão de quinta-feira foi especialmente desfavorável para esses fundos, resultando em um recuo médio de 2,6%, conforme dados compilados por uma instituição financeira. Este foi o pior desempenho desde que a instituição começou a monitorar o segmento, em 2016.

O grande aumento das tarifas de Trump, que afetou 160 países, associado às retaliações da China e a apreensões sobre um possível endurecimento da política monetária, gerou um estado de pânico nos mercados financeiros nos dias subsequentes.

A performance das chamadas Magníficas Sete — um grupo que inclui Microsoft, Apple, Nvidia, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla — exemplifica o receio dos investidores. No pregão de sexta-feira, 4 de abril, essas empresas juntas perderam US$ 802 bilhões em valor de mercado, uma diminuição menor em comparação ao dia anterior, quando a perda foi de US$ 1,03 trilhão. Os resultados dos últimos dias representam o auge da desvalorização que os mercados americanos enfrentam desde que o presidente Trump assumiu o cargo e anunciou o aumento das tarifas de importação.

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