25 abril 2025
HomePolíticaImpeachment de Collor: O Primeiro Grande Escândalo de Corrupção na Redemocratização do...

Impeachment de Collor: O Primeiro Grande Escândalo de Corrupção na Redemocratização do Brasil

O ex-presidente Fernando Collor foi detido na madrugada de sexta-feira (25), após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitar sua prisão imediata. O foco da investigação envolve um caso de corrupção relacionado à antiga BR Distribuidora, atualmente chamada Vibra. Este não é o primeiro momento de controvérsia na carreira de Collor; em 1992, ele se tornou o primeiro presidente a sofrer impeachment após a redemocratização do Brasil.

Após o pedido de prisão, Collor anunciou que se apresentaria à Justiça. A determinação de Moraes se baseia em condenações anteriores, nas quais Collor está implicado em corrupção passiva e lavagem de dinheiro, como parte de um esquema vinculado à BR Distribuidora. Detalhes sobre os antecedentes desse enquadramento são relevantes para compreender a situação atual do ex-presidente.

A história do impeachment de Collor em 1992 começou com uma denúncia feita por seu irmão, Pedro Collor, a respeito de um suposto esquema de tráfico de influência e irregularidades financeiras dentro da administração liderada por PC Farias, o ex-tesoureiro da campanha dele. Em resposta às alegações, o Congresso Nacional instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na qual Pedro depôs e forneceu informações adicionais.

Durante os depoimentos, o motorista de Collor, Eriberto França, implicou PC Farias na realização de depósitos em contas de Ana Acioli, secretária do presidente. Em investigações subsequentes, revelou-se que um Fiat Elba Weekend de 1991, comprado em nome de Collor, havia sido adquirido com recursos desviados por PC Farias. Este fato gerou um grande movimento social, com estudantes se unindo em protestos conhecidos como “caras-pintadas”.

A repercussão do escândalo e a compra do veículo levaram o Ministério Público a apresentar uma denúncia contra Collor, resultando na abertura do processo de impeachment. Em outubro de 1992, Collor foi afastado da presidência e, em dezembro do mesmo ano, renunciou ao cargo, na tentativa de evitar a continuidade do processo. No entanto, o impeachment foi aprovado no dia seguinte à sua renúncia, resultando na perda do mandato e na inelegibilidade por um período de oito anos. Apenas em 2014, Collor foi absolvido pelo STF da acusação de desvio de recursos públicos, devido à falta de provas.

Na noite da quinta-feira anterior à sua prisão, o ministro Moraes havia rejeitado um segundo recurso da defesa de Collor, relacionado à condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro ligadas à BR Distribuidora. Em 2023, a Justiça havia decidido que Collor, junto a empresários envolvidos, recebeu R$ 20 milhões para facilitar contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia. Em troca, obteve apoio político para indicar diretores da empresa estatal. Como consequência, o ex-presidente deverá cumprir uma pena de oito anos e dez meses em regime fechado, devido à sua participação no esquema.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!