Moradores observam incêndios florestais sob um poste de luz em Uiseong, na Coreia do Sul, em 24 de março de 2025.
Pelo menos quatro mortes foram registradas e milhares de pessoas foram deslocadas em decorrência de incêndios florestais que atingem a Coreia do Sul. Desde o último fim de semana, aproximadamente 50 focos de incêndio foram identificados em várias províncias, incluindo Gyeongsang do Sul e Gyeongsang do Norte, localizadas nas proximidades da capital, Seul. O quadro é agravado pela combinação de uma seca prolongada e ventos fortes, o que dificultou as operações de combate aos incêndios.
O incêndio florestal, que teve início no sábado, 21, na região de Sancheong, é considerado o mais severo registrado no país desde 2022. Dados do serviço florestal indicam que as mudanças nos padrões climáticos, como variações nas chuvas e temperaturas, poderão ocasionar novos desastres de grande magnitude no futuro.
O Serviço Florestal da Coreia do Sul relatou que aproximadamente 8.700 hectares de floresta foram consumidos pelas chamas, e a expectativa é de que esse número continue a aumentar nos próximos dias. A gravidade da situação levou à evacuação de 2.700 pessoas, que foram realocadas para áreas seguras. Muitas dessas famílias perderão suas residências permanentemente.
Em resposta à crise, o governo sul-coreano declarou três novas áreas como “zonas especiais de desastre”. Essa medida possibilitou o envio de recursos emergenciais para auxiliar na recuperação, bem como o acesso a financiamentos adicionais e suporte logístico. O presidente interino Han Duck-soo, que reassumiu o cargo após uma decisão do Tribunal Constitucional que reverteu seu impeachment, visitou algumas das regiões mais severamente afetadas.
Han afirmou que os bombeiros e as equipes de resgate enfrentam desafios significativos, tornando essencial garantir a segurança desses profissionais durante as operações, uma vez que quatro bombeiros perderam a vida no combate às chamas. Em uma entrevista ao Korea Times, Inger Andersen, diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), destacou a necessidade de direcionar melhor os investimentos em prevenção e resposta. Ela enfatizou a importância de investir na redução do risco de incêndios, colaborando com as comunidades locais e reforçando o compromisso global no combate às mudanças climáticas.