Em meio a um ambiente de crescente incerteza econômica em nível global, a diretora-executiva adjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, declarou durante as Reuniões de Primavera da entidade que a formulação de políticas monetárias tornou-se mais desafiadora. Ela destacou que a elevada incerteza econômica compromete a habilidade de se estabelecer políticas monetárias efetivas, evidenciando as dificuldades enfrentadas pelos bancos centrais em um cenário de alta volatilidade.
Além disso, Gopinath mencionou as tensões que envolvem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o chefe do Federal Reserve, Jerome Powell, levantando preocupações sobre as pressões políticas que os bancos centrais estão enfrentando atualmente. A diretora enfatizou a importância da independência dessas instituições, afirmando que a autonomia dos bancos centrais é fundamental para assegurar a estabilidade econômica dos países.
A diretora também cautelou sobre os potenciais perigos das políticas protecionistas, como o aumento de tarifas comerciais. Segundo Gopinath, tais medidas podem resultar em um choque econômico com efeitos desinflacionários, devido à redução da demanda, impactando assim o crescimento global. Apesar de as tarifas poderem provocar um aumento nos custos no curto prazo, ela argumentou que uma diminuição significativa na demanda poderia levar a resultados desinflacionários.
Além disso, a discussão sobre a volatilidade nos mercados financeiros internacionais foi abordada no encontro. Lesetja Kganyago, presidente do Banco Central da África do Sul, ressaltou como os movimentos dos títulos do Tesouro americano influenciam as economias emergentes. Ele apontou que existe uma relação estreita entre o rendimento dos títulos a 10 anos dos Estados Unidos e os títulos sul-africanos, afirmando que qualquer alteração nas T-notes de 10 anos é sentida de maneira “imediata” no mercado sul-africano.
