A inflação nos Estados Unidos apresentou uma desaceleração superior ao esperado em abril, conforme os dados do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) divulgados recentemente. Este índice, monitorado atentamente pelo Federal Reserve (banco central dos EUA), registrou um aumento de 2,1% nos últimos 12 meses até abril, conforme informações do Departamento de Comércio. Em março, o índice era de 2,3%. As expectativas dos analistas apontavam para uma alta de 2,2% nesse período.
Os números de abril indicam que a inflação geral ainda se situa ligeiramente acima da meta de longo prazo estipulada pelo Fed, que é de 2%. Em contraste, a inflação subjacente, que exclui os preços flutuantes de energia e alimentos, cresceu 2,5% na comparação anual, também abaixo da previsão de 2,6%. Em relação ao mês anterior, o índice PCE apresentou uma leve alta de 0,1% em relação a março, impulsionado pela recuperação dos preços de bens duráveis, que aumentaram 0,5%.
Os bens duráveis incluem o setor automobilístico, um dos primeiros a sentir os impactos das tarifas impostas durante a administração Trump. No mês passado, o governo implementou tarifas de 10% sobre a maioria dos países, além de tarifas significativamente mais elevadas para diversos parceiros comerciais. Apesar de uma reversão parcial na posição do presidente nas negociações comerciais com esses países, analistas preveem um aumento dos preços uma vez que os varejistas esgotem seus estoques adquiridos antes da implementação das tarifas.
A política tarifária do governo também gerou disputas judiciais. Recentemente, o Tribunal de Comércio Internacional, localizado em Manhattan, determinou que o presidente havia ultrapassado sua autoridade ao impor a maior parte das tarifas, estabelecendo uma proibição sobre elas. Contudo, uma decisão de um juiz federal temporariamente reverteu essa determinação, mantendo as tarifas em vigor enquanto o processo legal segue sua tramitação.