14 abril 2025
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Inflação em Março Cai para 0,56%, Mas Preços dos Alimentos Disparam Acima de 1%

A inflação no Brasil apresentou uma desaceleração em março, mas os preços dos alimentos continuam a impactar o orçamento dos consumidores, resultando em uma inflação acumulada em 12 meses próxima a 5,5%, mesmo com as ações rigorosas do Banco Central. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento de 0,56% em março, após uma elevação de 1,31% em fevereiro, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora a inflação tenha desacelerado, a taxa acumulada em 12 meses do IPCA em março atingiu 5,48%, comparada a 5,06% do mês anterior. A meta estabelecida é de 3,0%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Os resultados estão alinhados com as previsões obtidas em uma pesquisa.

A redução da pressão inflacionária está associada ao término da influência do bônus de Itaipu sobre os preços da energia elétrica, que havia contribuído para o aumento observado em fevereiro. No entanto, o segmento de Alimentação e Bebidas continua a ser motivo de preocupação, sendo responsável por 45% do índice de março, com um aumento de 1,17% em relação a 0,70% no mês anterior.

Os alimentos que mais contribuíram para esse aumento foram o tomate, que teve uma elevação de 22,55%, seguido pelo café moído com alta de 8,14% e ovos de galinha, que subiram 13,13%. Esses itens foram responsáveis por cerca de um quarto da inflação de março. A alta no preço do tomate foi atribuída ao clima quente dos meses de verão, que antecipou a maturação e, consequentemente, a colheita, resultando em menos oferta e maior pressão sobre os preços.

Quanto aos ovos, a elevação de preços reflete o aumento nos custos do milho, ingrediente principal da ração, além do aumento na demanda durante a quaresma. No tocante ao café moído, a alta acumulada nos últimos 12 meses foi de 77,78%, impulsionada pela escassez do grão no mercado internacional decorrente de eventos climáticos que afetaram a produção no Vietnã, impactando também a produção interna.

O governo expressou preocupações com os preços dos alimentos, especialmente em relação ao preço dos ovos, com os ministros da Fazenda e o presidente discutindo a questão. As exportações brasileiras de ovos, incluindo produtos frescos e processados, tiveram um aumento significativo de 57,5% em fevereiro, impulsionadas pela demanda dos Estados Unidos, que enfrentam um surto de gripe aviária.

Outro fator influente no IPCA de março foi a alta de 0,46% em Transportes, apesar de uma desaceleração em comparação com o aumento de 0,61% de fevereiro. A elevação nos custos de Habitação diminuiu para 0,24% em março, em contraste com 4,44% no mês anterior, que refletiu o fim dos descontos nas contas de energia elétricas relacionados ao bônus de Itaipu. Em março, a energia elétrica residencial teve um aumento de 0,12%.

A inflação nos serviços também apresentou uma leve desaceleração, passando de 0,82% em fevereiro para 0,62% em março, acumulando uma alta de 5,88% em 12 meses. O índice de difusão, que indica a abrangência das variações de preços, manteve-se em 61% em março.

Second André Valério, economista sênior, não há indicações de que os resultados recentes alterem a política monetária, apesar das pressões contínuas nos preços dos alimentos e a inflação nos núcleos e serviços permanecendo elevadas. Em resposta à situação econômica, o Banco Central elevou a Selic em 1 ponto percentual no mês passado, alcançando 14,25%, com indicações de um possível ajuste menor na reunião de maio.

Os preços poderão continuar a ser afetados por incertezas advindas de políticas externas, como as tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, que impactam o comércio global e os mercados financeiros. O presidente brasileiro afirmou que pretende negociar as tarifas impostas e considerará medidas de retaliação caso não haja solução.

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