13 fevereiro 2025
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Inflação nos EUA Impacta Queda do Ibovespa e Dólar se Mantém Estável

Após apresentar oscilações moderadas durante o dia, o dólar encerrou o pregão de quarta-feira (12) com estabilidade, mesmo diante da pressão gerada pelo aumento da inflação nos Estados Unidos em janeiro, que foi divulgado pela manhã. Segundo informações do Departamento do Trabalho norte-americano, o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,5% em janeiro, resultando em um acumulo de 3% nos últimos 12 meses. Essa cifra surpreendeu analistas que previam uma inflação de 0,3% e um total anual de 2,9%.

A divulgação dos dados de inflação impulsionou um movimento de realização de lucros na bolsa de valores de São Paulo, destacando-se a ação do Carrefour Brasil, que teve bom desempenho, impulsionada pela decisão do controlador francês de retirar o varejista brasileiro da bolsa. O Ibovespa terminou o dia em 124.380,21 pontos, uma queda de 1,69%. O dólar à vista apresentou uma leve queda de 0,10%, cotado a R$5,7622. Desde o início de 2025, a moeda americana acumula uma desvalorização de 6,75% em relação ao real.

A inflação superior ao esperado nos Estados Unidos aumentou a percepção de que há pouco espaço para o Federal Reserve (Fed) implementar novos cortes nas taxas de juros, o que fortaleceu os rendimentos dos Treasuries e o dólar em comparação a outras moedas. No Brasil, logo após a divulgação do CPI, por volta das 10h33, a moeda americana atingiu sua máxima de R$5,7883, um incremento de 0,35%.

Economistas do Bradesco, liderados por Fernando Honorato, indicaram que os dados do CPI reforçam a expectativa por uma postura mais rigorosa do Federal Reserve, que adota uma abordagem de “esperar para ver” diante das incertezas em relação às políticas da nova administração. No entanto, nas sessões mais recentes, o dólar não conseguiu manter seus ganhos, uma vez que não há informações suficientes que justifiquem sua valorização a níveis mais altos ou uma queda abaixo dos R$5,70. André Galhardo, consultor econômico, observou que os juros elevados nos Estados Unidos têm impacto sobre moedas não conversíveis como o real, e que o desempenho recente do real indica um contínuo ajuste após uma forte desvalorização em dezembro.

Em um evento no Rio de Janeiro, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, também fez declarações que influenciaram o mercado cambial, embora em menor intensidade. Ele ressaltou a necessidade de uma reação preventiva, mas também a importância de uma ação assimétrica do Banco Central, onde uma redução da Selic exigiria mais cautela em comparação a um aumento.

Na tarde de quarta-feira, o Banco Central comunicou que o Brasil registrou um fluxo cambial total negativo de US$350 milhões até o dia 7 de fevereiro, com entradas líquidas de US$191 milhões na via financeira e saídas de US$541 milhões na via comercial. Às 17h19, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, mostrou estabilidade em 107,930.

O IBGE também divulgou dados relacionados ao volume de serviços, que teve uma queda de 0,5% em dezembro em comparação a novembro, mas apresentou um crescimento de 2,4% se comparado ao mesmo mês do ano anterior. As expectativas de analistas consultados pela Reuters eram de um aumento de 0,1% na comparação mensal e de 3,5% na comparação anual.

Entre os destaques do mercado, a ação da HAPVIDA ON recuou 7,17% após um período de alta, amparada por ajustes após a valorização de 10,6% nos três dias anteriores. O MSCI retirou a ação do índice Global Standard na revisão trimestral. A VIVARA ON viu suas ações caírem 5,54%, ampliando as perdas da véspera, devido a preocupações com mudanças na gestão e seus possíveis impactos na estratégia de crescimento.

A ação do Bradesco PN caiu 4,56% após um relatório do Goldman Sachs que rebaixou a recomendação para a ação e diminuiu o preço-alvo. O Santander Brasil UNIT, que teve sua classificação elevada, cedeu 0,61%. O Itaú PN e o Banco do Brasil ON também apresentaram declínios de 2,77% e 1,64%, respectivamente.

Por outro lado, as ações do Carrefour Brasil ON subiram 2,68%, enquanto investidores analisavam os planos do controlador de tornar a empresa uma subsidiária integral. A TIM Brasil ON avançou 2,19%, beneficiada pela divulgação de resultados do quarto trimestre e previsões de dividendos. A Petrobras PN registrou queda de 1,49%, refletindo a fraqueza nos preços do petróleo no mercado internacional, enquanto a Vale ON perdeu 0,67%, mesmo com a alta nos futuros do minério de ferro na China. A Vale está agendada para apresentar o projeto “Novo Carajás”, que envolverá um investimento de R$70 bilhões na expansão de atividades de mineração em Parauapebas (PA), em um evento com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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