As olimpíadas acadêmicas para estudantes são competições que favorecem o desenvolvimento dos jovens e, ao longo do tempo, ajudam na escolha de suas futuras carreiras. No Brasil, a história dessas olimpíadas começou no final da década de 1970 com a primeira Olimpíada Brasileira de Matemática, organizada pela Sociedade Brasileira de Matemática. Atualmente, após cerca de 50 anos, diversas iniciativas estudantis buscam manter viva a essência dessas competições acadêmicas e científicas, promovendo projetos que estimulam e preparam alunos para desafios no Brasil e no exterior.
Um dos projetos que se destacam é o NOIC (Núcleo Olímpico de Incentivo à Ciência). Gabriel Hemetrio, que lidera essa iniciativa, compartilhou como a organização apoia e desenvolve os estudantes. O NOIC foi criado em 2013 por alunos experientes em olimpíadas científicas, e sua principal missão é tornar o acesso à preparação para essas competições acessível a todos. Hemetrio enfatiza que democratizar a preparação e incentivar a participação em olimpíadas é o foco central do projeto.
Para cumprir essa missão, os mentores do NOIC disponibilizam guias de estudo, cursos teóricos e simulados de forma gratuita em uma plataforma online. O projeto abrange várias áreas do conhecimento, incluindo ciências exatas, ciências humanas, biológicas, informática e linguística. “É fundamental assegurar não só a gratuidade, mas também a acessibilidade dos nossos materiais”, explicou Hemetrio. “Buscamos criar um ambiente de aprendizado mais justo, onde estudantes de baixa renda, principalmente aqueles de escolas públicas, tenham acesso a uma preparação de qualidade comparável à de instituições privadas renomadas.”
Em termos de impacto, cerca de três mil pessoas utilizam os recursos do NOIC diariamente, e mais de seis milhões de indivíduos já foram beneficiados. Para engajar esse público, o NOIC também organiza as Olimpíadas Brasileiras Online (OBOs), que atuam como preparatório para competições nacionais e oferecem prêmios como medalhas e livros.
Os organizadores do NOIC reconhecem que há barreiras que dificultam o acesso dos estudantes às olimpíadas, como a falta de divulgação nas escolas. “A maioria das competições exige que a inscrição seja feita pela escola, e, devido à ausência de informações, muitas instituições não inscrevem seus alunos, o que os impede de aproveitar as diversas oportunidades que as olimpíadas oferecem”, afirmaram. Outro desafio enfrentado é a dificuldade de acesso a materiais de estudo, como livros e bancos de questões. No entanto, o cenário tem melhorado nos últimos anos, com maior apoio de professores e secretarias de educação. “Muitas olimpíadas, como a OBA, promovem o NOIC como uma ferramenta eficaz para o aprendizado dos alunos”, analisou Gabriel.
Além disso, os resultados dos estudantes brasileiros em competições internacionais vieram trazendo mais visibilidade às olimpíadas. “O Brasil tem conquistado um número crescente de medalhas de ouro em eventos internacionais, e muitos desses medalhistas utilizaram a plataforma do NOIC para se preparar”, destacou.
Para Gabriel, a conexão entre os participantes das olimpíadas estudantis é o que mantém a chama acesa tanto nos jovens quanto nos educadores. O projeto incentiva a criação de grupos virtuais que promovem a interação entre os alunos e aqueles que os apoiam no processo de aprendizado. “Consideramos essa troca essencial para o desenvolvimento acadêmico e social dos jovens, e por isso promovemos ativamente esse intercâmbio em nossa iniciativa”, afirmou ele.
Para continuar oferecendo seus serviços gratuitamente, o NOIC busca parcerias com secretarias de educação, organizações educacionais e veículos de comunicação. Essa colaboração é vista como crucial para o projeto. “Nosso objetivo é dialogar com um número crescente de organizações e autoridades governamentais para que as olimpíadas sejam cada vez mais reconhecidas e valorizadas, junto a uma maior disponibilização de materiais preparatórios. Uma de nossas metas é sensibilizar o Ministério da Educação para a promoção das olimpíadas e de plataformas preparatórias como o NOIC nas escolas públicas.”
