27 abril 2025
HomeInternacionalInício do Conclave: Entenda o Processo da Eleição Papal

Início do Conclave: Entenda o Processo da Eleição Papal

Todas as vezes que um papa falece ou abdica de sua posição, os cardeais se reúnem em um conclave, que é um ambiente totalmente fechado, conforme o significado da palavra em latim, que traduz como “com chave”. Este ritual acontece em Roma há mais de oitocentos anos. Após o sepultamento do papa Francisco, no próximo sábado, 26, a Igreja Católica adotará um período de luto de nove dias, durante o qual se iniciará a eleição do novo pontífice, prevista para ocorrer em torno do dia 5 de maio, embora a data exata do anúncio do novo líder religioso ainda seja incerta.

O Colégio de Cardeais é composto por 252 clérigos. De acordo com as diretrizes da Igreja, apenas os cardeais com menos de 80 anos podem participar da eleição, limitando-se a 135 votantes no conclave. Entre os cardeais brasileiros, sete se encontram na lista de eleitores do novo papa.

Os cardeais brasileiros elegíveis são: Dom Jaime Sprengler, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); os arcebispos Sérgio Rocha de Salvador; Odílio Scherer de São Paulo; Orani Tempesta do Rio de Janeiro; Leonardo Ulrich Steiner de Manaus; além de João Braz de Aviz e Paulo Cezar Costa de Brasília. A identidade do próximo papa ainda é incerta, mas especula-se que ele possa ter um perfil semelhante ao de Francisco, que se destacou por sua abertura à diversidade, inclusão e foco em questões de pobreza. Os nomes dos cardeais Leonardo Ulrich Steiner e Sérgio Rocha são citados com frequência nas apostas realizadas no Vaticano.

O processo do conclave permite que os cardeais realizem até quatro votações diárias, com duas no período da manhã e duas à tarde. Se não houver um eleito após três dias, os cardeais podem interromper a votação por 24 horas para oração. Uma nova pausa pode ser estabelecida após várias rodadas sem um escolhido.

Caso não haja um consenso após 34 votações, os dois cardeais mais votados competirão em um segundo turno. Para que um cardeal seja oficialmente selecionado como novo papa, é necessário obter a concordância de dois terços do Colégio.

As disputas para a escolha do novo papa prometem ser intensas, com vários nomes sendo cogitados. O cardeal Peter Turkson, de Gana, conhecido por sua postura progressista em relação à pobreza e direitos humanos, poderia ser uma escolha favorável caso o novo papa seguisse a visão de Francisco.

Na França, destaca-se o cardeal Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, e na Itália, o cardeal Pietro Parolin, atual secretário de Estado do Vaticano, figura entre os favoritos. Parolin foi o primeiro cardeal designado por Francisco. Outro forte candidato da Itália é Matteo Mariz Zuppi, arcebispo de Bolonha, além do cardeal Pierbattista Pizzaballa, conhecido por seu papel na promoção do diálogo inter-religioso. O cardeal filipino Luis Antonio Tagle e o arcebispo húngaro Péter Erdő também estão entre os cotados.

Na primeira Congregação Geral dos Cardeais, realizada na última terça-feira, 22, foi decidido que Pietro Parolin celebrará a missa no domingo, 27, o segundo dia de luto. Após a missa, os cardeais visitarão o túmulo de Francisco na Basílica de Santa Maria Maggiore. Uma nova reunião dos cardeais está agendada para segunda-feira, 28. Durante o conclave, os cardeais permanecerão em uma área conhecida como “Zona de Conclave”, no Vaticano.

A votação para a escolha do novo papa ocorrerá na Capela Sistina, famosa por seus afrescos de Michelangelo. Para que um candidato seja eleito, ele necessita de dois terços dos votos dos cardeais elegíveis, ou seja, no mínimo 89 votos. As votações para os últimos papas foram concluídas em apenas dois dias, como ocorreu na seleção de Bento XVI em 2005 e de Francisco em 2013. No entanto, não há um prazo fixo para a conclusão do conclave e a nomeação de um novo papa.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!