A Polícia Federal (PF) realizou uma operação em que foram encontrados cadernos com anotações manuais indicando a possibilidade de que Alessandro Stefanutto, ex-presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), e Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, procurador-geral afastado do órgão, teriam recebido valores indevidos em um esquema de descontos mensais aplicados a aposentados e pensionistas. As apreensões ocorreram em uma empresa de Antônio Carlos Camilo Antunes, que é identificado como lobista e conhecido como “Careca do INSS” pela PF.
Fontes ligadas ao caso informaram que as anotações presentes nos cadernos exibem percentuais de 5% associados aos nomes de “Staf” e “Virgílio”, sugestões que, segundo investigadores, podem representar repasses financeiros. A informação foi inicialmente divulgada por um veículo de comunicação e posteriormente confirmada por outra fonte em mídia.
Além disso, a análise das anotações revelou que há outros registros que indicam repasses adicionais que ainda estão sendo examinados. Neste momento, não há conclusões definitivas acerca da possível recepção de propina pela antiga direção do INSS, nem sobre os períodos ou valores envolvidos. A PF está examinando o conteúdo para validar sua autenticidade e considerar um possível rastreamento dos recursos com base nos percentuais anotados. Uma perícia nos cadernos pode ser realizada, caso necessário, enviando-se o material ao Instituto Nacional de Criminalística (INC) para que profissionais qualificados possam determinar a autoria das anotações.
A verificação e perícia de todos os materiais coletados será um determinante para que a PF agende os depoimentos dos envolvidos na investigação. Entre os que devem ser convocados para prestar esclarecimentos estão Stefanutto, Virgílio e Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, que poderá atuar como testemunha. O advogado de Antônio Carlos Camilo Antunes informou que não comenta sobre processos em andamento, mas declarou que as alegações contra seu cliente não correspondem à realidade. As respostas das defesas de Stefanutto e Virgílio ainda estão sendo aguardadas.