14 março 2025
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Intel em Crise: Novo CEO é Nomeado e Recebe Elogios do Mercado

Diante da crise mais severa em sua história, a Intel passou a ser gerida por uma nova liderança. Após meses sob a direção de dois executivos interinos, que assumiram o cargo em dezembro após a demissão de Patrick Gelsinger, a renomada fabricante de microprocessadores nomeou Li-Bu Tan como o novo CEO.

A escolha de Tan foi bem recebida pelo mercado financeiro. Por volta de 12h04, as ações da Intel registraram um aumento de 15,9%, alcançando o valor de US$ 23,98. No entanto, ao longo de um ano, os papéis enfrentaram uma queda de 44,5%, resultando em um valor de mercado de US$ 103,7 bilhões.

Analistas do Bank of America (BofA) alteraram a recomendação para a Intel, passando de venda para neutro, além de elevar o preço-alvo de US$ 19 para US$ 25. O histórico robusto de Tan, sua experiência no setor de microprocessadores e seu conhecimento prévio da empresa foram destacados como fatores positivos. “Acreditamos que a escolha do novo CEO é promissora”, afirmaram os analistas.

Tan, que foi CEO da Cadence Design Systems, uma empresa que desenvolve softwares utilizados por praticamente todos os grandes fabricantes de chips, não é estranho à Intel, tendo sido membro do conselho até agosto do ano anterior, quando se afastou devido a possíveis desavenças sobre o futuro da companhia sob a liderança de Gelsinger, segundo informações publicadas anteriormente.

Agora, como CEO, Tan enfrentará o desafio de revitalizar a Intel, que ficou atrás da concorrência no desenvolvimento de microprocessadores voltados para inteligência artificial, tornando-se alvo de outras empresas e investidores. Este é o quarto CEO da Intel em um período de sete anos.

Em sua primeira declaração, Tan enfatizou que a Intel será uma empresa “focada em engenharia”, com o objetivo de desenvolver produtos superiores e atender à demanda de seus clientes. “Nos setores em que temos força, vamos intensificar nossos esforços e ampliar nossas vantagens”, declarou em comunicado divulgado pela empresa.

“Nos segmentos nos quais estamos atrasados em relação à concorrência, precisamos adotar riscos calculados para provocar disrupções e avançar. E nas áreas onde o progresso tem sido mais lento do que o esperado, é necessário encontrar maneiras de recuperar o ritmo”, acrescentou.

Além da necessidade de reestruturar operações, Tan também enfrentará uma geopolítica volátil, na qual os microprocessadores são essenciais para a disputa comercial entre os Estados Unidos e a China. O governo americano está buscando aumentar a produção nacional.

Atualmente, a maioria dos microprocessadores líderes é fabricada em Taiwan, uma situação arriscada para as empresas americanas, especialmente com os planos da China de reafirmar seu controle sobre a ilha, que é vista pelo Partido Comunista como uma província separatista.

Adicionalmente, a Intel enfrenta dificuldades financeiras, investindo bilhões em novas fábricas para se equiparar à concorrência, mas sem sinais concretos de recuperação, o que levou muitos investidores a solicitar cortes de gastos e a venda de ativos.

No ano fiscal de 2024, encerrado em 28 de dezembro, a companhia revelou um prejuízo de US$ 18,8 bilhões, revertendo o lucro registrado no ano anterior. A receita caiu 2%, totalizando US$ 53,1 bilhões, com a margem bruta diminuindo 7,3 pontos percentuais, situando-se em 32,7%.

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