6 junho 2025
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Interação com Animais: Impulsione Seu Sistema Imunológico!

Viver em estreito contato com animais de estimação, especialmente durante os primeiros anos de vida, pode ter um impacto significativo e positivo no desenvolvimento do sistema imunológico humano. Estudos científicos demonstram que essa interação pode influenciar as defesas do corpo, reduzindo o risco de desenvolvimento de alergias, eczema e condições autoimunes.

Um dos principais mecanismos envolvidos é a exposição a uma ampla variedade de micróbios provenientes dos animais, os quais “treinam” o sistema imunológico. Esse fenômeno é conhecido como “efeito mini-fazenda”: pesquisas indicam que o risco de uma criança desenvolver alergias entre os sete e nove anos diminui proporcionalmente ao número de animais presentes na residência durante os primeiros anos de vida. Ao ter contato direto com animais de fazenda, a probabilidade de desenvolver asma ou alergias pode ser reduzida em 50%. A presença de um cão em casa está associada a uma diminuição de 13 a 14% no risco dessas condições.

Uma pesquisa publicada recentemente revelou que a convivência com um cão pode ajudar a prevenir eczema em crianças com predisposição genética. Em indivíduos que possuem uma variante específica do gene IL-7R, um conhecido fator de risco para essa condição, a interação com um cão nos primeiros dois anos de vida está associada a uma menor probabilidade de desenvolvimento de eczema. Análises laboratoriais mostraram que sinais moleculares provenientes de cães podem atenuar a inflamação da pele.

O impacto no sistema imunológico inato é evidenciado em um estudo comparativo entre as populações Amish e Hutterite, grupos religiosos que valorizam um modo de vida simples e a separação da sociedade moderna. Ambas as comunidades, de origem europeia, apresentam taxas de asma e alergias infantis de quatro a seis vezes maiores entre os Hutterites. A principal diferença entre elas reside nas práticas agrícolas: os Amish mantêm um contato próximo com os animais, enquanto os Hutterites utilizam métodos industrializados. Níveis de endotoxinas, que são produtos microbianos, no pó das casas Amish são consideravelmente mais elevados, e suas crianças demonstram perfis imunológicos distintos, com um sistema imune inato ajustado para uma resposta anti-inflamatória. Experimentos realizados com pó dessas residências em camundongos confirmaram a proteção contra asma alérgica.

Embora a noção de que micróbios de animais de estimação colonizem permanentemente o corpo humano seja tema de debate — com um especialista afirmando que não há evidências concretas a apoiar essa ideia — sugere-se que os animais atuam como vetores de micróbios. A exposição frequente aos micróbios dos animais ativa o sistema imunológico, ajudando-o a gerenciar melhor as populações bacterianas no próprio corpo. Teóricos sugerem que os sistemas imunológicos humanos se desenvolveram para serem estimulados pelos micróbios de animais domesticados.

Além disso, populações como os viajantes irlandeses, que convivem com diversos animais, preservam um “microbioma antigo”, o que está relacionado a baixas taxas de doenças autoimunes. A posse de animais também promove atividades ao ar livre, aumentando a exposição a micróbios ambientais benéficos.

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