O crime organizado passou por transformações significativas nas últimas décadas, tornando-se predominantemente transnacional. Essa constatação é abordada pelo secretário-geral da Interpol, que enfatiza que há 20 ou 30 anos a maioria dos crimes ocorria em nível local, com organizações criminosas operando em áreas geográficas específicas. Contudo, a popularização da internet alterou radicalmente esse panorama.
As organizações criminosas adaptaram-se, migrando para a prática de crimes digitais ou incorporando ferramentas digitais em suas atividades ilegais. Esse novo contexto resultou em crimes que transcendem fronteiras, criando a necessidade de uma abordagem investigativa distinta por parte das autoridades. Para o sucesso em uma investigação de crime organizado nos dias atuais, é imprescindível a colaboração internacional na coleta de informações relevantes.
Atualmente, as investigações frequentemente demandam acesso a dados armazenados em nuvens, envolvendo ativos digitais, além do monitoramento de dispositivos móveis e computadores. É igualmente necessário rastrear recursos financeiros que são transferidos para o exterior e identificar a presença de dirigentes de grupos criminosos em outros países.
Esse novo cenário apresenta desafios substanciais para as autoridades policiais e judiciárias. A cooperação entre nações é essencial para o êxito das investigações e para um combate eficaz ao crime organizado. A transnacionalidade do crime é um fenômeno de alcance global e, portanto, requer uma resposta abrangente e coordenada das forças de segurança de diversos países.