A economia da zona do euro já demonstra sinais de impacto devido à guerra comercial promovida pela administração do presidente dos Estados Unidos. Entretanto, um aumento nos gastos com defesa na região pode proporcionar um impulso ao crescimento econômico. Essa análise foi apresentada por um membro do Banco Central Europeu durante um evento online.
Nos últimos dois anos, a economia da zona do euro tem enfrentado um período de estagnação, com um crescimento das evidências que indicam que o receio de uma guerra comercial total com os EUA está afetando negativamente os investimentos e gerando cautela entre os consumidores. Além disso, a diminuição do apoio do governo dos Estados Unidos à Ucrânia impõe um desafio adicional ao bloco europeu, que se comprometeu a auxiliar no financiamento das iniciativas de defesa da Ucrânia contra a Rússia.
Os preços dos produtos importados dos EUA experimentaram um aumento significativo em fevereiro, enquanto o setor de construção nos Estados Unidos registrou uma recuperação notável no mesmo mês. No contexto das decisões econômicas, o Parlamento da Alemanha está prestes a votar um aumento histórico em seus gastos.
Embora a situação de segurança na Europa apresente desdobramentos preocupantes, os gastos e investimentos projetados em defesa podem, pelo menos, auxiliar no crescimento do PIB nos próximos anos. Essa afirmação foi feita em um webinar, onde se destacou que esse impulso se revela oportuno, visto que as expectativas econômicas já eram moderadas antes das recentes medidas comerciais implementadas pelos EUA. O impacto das tarifas e da incerteza associada já está gerando efeitos adversos nas perspectivas de crescimento econômico da zona do euro.
O Banco Central Europeu não possui um papel direto em solucionar os problemas de competitividade enfrentados pela Europa; no entanto, cortes na taxa de juros ocorridos desde junho do ano anterior criaram uma “boa margem de manobra” para famílias e empresas na região. A entidade não se comprometeu com novos cortes, enfatizando a incerteza das perspectivas futuras e a necessidade de manter opções em aberto. Apesar disso, sinais modestos indicam que o BCE pode ainda não ter concluído seu ciclo de afrouxamento monetário, uma vez que a inflação parece estar se estabilizando em torno de sua meta e evoluindo de forma próxima às previsões estabelecidas. As projeções do BCE sugerem que novos cortes de juros poderão ser implementados, desde que a economia e a inflação se comportem como esperado.