Na terça-feira, 10 de outubro, o mercado financeiro estava atento ao novo pacote fiscal e à divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de maio. O ambiente internacional também foi influenciado por informações sobre um possível acordo entre China e Estados Unidos.
O dólar brasileiro encerrou o dia em alta de 0,11%, cotado a R$ 5,5689, após três sessões de baixa e ter atingido na segunda-feira o menor valor desde outubro do ano anterior. O índice Bovespa registrou um avanço de 0,54%, alcançando 136.436,07 pontos. Nos Estados Unidos, o S&P 500 subiu 0,55%, enquanto o rendimento do título do Tesouro americano de dez anos caiu para 4,474%, melhorando o apelo das ações na bolsa paulista.
Na manhã do mesmo dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o IPCA teve um aumento de 0,26% em maio, em comparação ao crescimento de 0,43% registrado em abril. Em doze meses, a inflação acumulada chegou a 5,32%, queda em relação aos 5,53% anteriores. Essa variação ficou abaixo das previsões de analistas que esperavam um aumento de 0,33% para o mês e de 5,40% para o período de doze meses.
A resposta do mercado ao resultado do IPCA foi moderada e o dólar apresentou variações sutis. Especialistas relataram que incertezas sobre o pacote fiscal do governo Lula, que pode resultar em mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), foram a principal razão para a indiferença do mercado nas últimas sessões. Um especialista em câmbio indicou que as preocupações com as medidas fiscais têm dominado o foco do mercado.
Por outro lado, um advisor de uma instituição financeira destacou que a valorização do Ibovespa estava impulsionada pela divulgação do IPCA. Ao longo da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo planeja propor uma alíquota única de 17,5% de Imposto de Renda sobre rendimentos de aplicações financeiras, além de uma elevação da cobrança de Juros sobre Capital Próprio de 15% para 20%. Essas alterações afetarão os ganhos de operações de renda fixa e ações.
O objetivo das novas medidas é permitir uma recalibração do Imposto sobre Operações Financeiras. O ministro afirmou que os recursos gerados com essas alterações serão em grande parte direcionados para ajustar as cobranças de IOF sobre operações de crédito, principalmente para pessoas jurídicas. Um diretor de assessoria financeira destacou que a maior parte dos clientes está aguardando as novidades até quarta-feira, represando operações até então.
Em relação ao desempenho das ações, as ações da PETROBRAS registraram aumentos consideráveis, com uma alta de 3,02% nas ações preferenciais e 3,65% nas ações ordinárias. Após um início de mês negativo, elas recuperaram parte das perdas. As ações do Banco do Brasil apresentaram uma queda de 0,87%, influenciadas por um relatório que revisou as expectativas de resultados futuros. No mesmo setor, Bradesco e Itaú Unibanco também apresentaram pequenas quedas.
No segmento de alimentos, as ações da MINERVA subiram 3,03%, seguindo um dia positivo em termos de desempenho setorial. Além disso, VALE fechou em alta de 0,68%, mesmo após uma queda nos preços futuros do minério de ferro, destacando resistência no mercado de ações.
