O conselheiro sênior do líder supremo do Irã, Ali Larijani, declarou que o Irã não tem como objetivo desenvolver armas nucleares, mas, em caso de ataque por parte dos Estados Unidos, o país poderá ser levado a reconsiderar essa posição. A advertência de Larijani foi feita após ameaças proferidas pelo presidente americano. Durante uma entrevista à televisão estatal, ele afirmou que a decisão do Irã poderia mudar se os Estados Unidos decidissem bombardear o país.
Essas declarações foram feitas logo após o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, prometer uma “resposta firme” a qualquer ataque. Em uma entrevista a uma emissora americana, Trump afirmou que haveria bombardeios na Irã caso não houvesse um acordo sobre o programa nuclear. Há décadas, as nações ocidentais acusam o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, alegação que o país nega, afirmando que seu programa tem finalidades exclusivamente civis.
Khamenei reiterou que as ameaças de provocar danos ao Irã resultariam em uma resposta apropriada. Seu discurso, proferido em Teerã durante o Eid al-Fitr, poderia ser interpretado como uma resposta às ameaças recentes do presidente americano. Em 2018, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear histórico e reimprimiu sanções ao Irã. O acordo de 2015 havia estabelecido que o Irã diminuísse seu programa nuclear em troca de alívio de sanções econômicas.
Em reação às declarações de Trump, o Irã convocou o representante das relações exteriores da embaixada suíça em Teerã, que zela pelos interesses americanos no país. O porta-voz diplomático iraniano expressou que as ameaças de um chefe de Estado são uma grave ofensa à paz e à segurança internacionais. Desde 1980, Irã e Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas formais. Desde o início do seu novo mandato, Trump tem se mostrado aberto ao diálogo, enviando uma carta às autoridades iranianas.
Na quinta-feira, o Irã respondeu à carta de Trump, embora não tenha divulgado o conteúdo da mensagem. O mandatário iraniano, Massoud Pezeshkian, afirmou que o país não pretende evitar negociações. Ele destacou que o Irã sempre esteve disposto a participar de negociações indiretas, conforme mencionado por Khamenei.