25 março 2025
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Irã Afirma que Reformas São Essenciais para Iniciar Diálogos com os EUA

Em uma entrevista gravada anteriormente, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que as negociações com os Estados Unidos não são viáveis sem certas mudanças. A entrevista, realizada no início de março por uma agência de notícias iraniana, foi divulgada recentemente. Araqchi declarou que o acordo nuclear de 2015, na sua forma atual, não pode ser reinstaurado, uma vez que a capacidade nuclear do Irã evoluiu a ponto de não ser possível retornar às condições originais do acordo.

Em 2018, os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, abandonaram o pacto nuclear firmado em 2015, que envolvia o Irã e seis potências mundiais, acompanhados do restabelecimento de severas sanções contra o país. Essa ação levou o Irã a transgredir os limites estabelecidos no acordo, ampliando seus estoques de urânio enriquecido, refinando-o para níveis mais altos de pureza físsil e instalando centrífugas avançadas para aumentar a produção.

Araqchi afirmou que o Irã não deverá negociar com os Estados Unidos sobre assuntos nucleares a menos que Washington retorne ao acordo de 2015 ou declare sua posição em relação ao mesmo. Ele salientou que o acordo de 2015 ainda pode funcionar como uma base ou modelo para futuras discussões. Recentemente, Trump se comunicou com o Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, sobre a possibilidade de um novo pacto nuclear, em um esforço para evitar ações militares. O emissário especial dos EUA, Steve Witkoff, revelou que uma carta foi enviada a Khamenei, alertando que haveria duas abordagens possíveis em relação ao Irã: a militar ou por meio de um acordo.

Khamenei descartou a proposta de negociações dos EUA, considerando-a uma “enganação” e afirmando que negociar com a administração Trump resultaria em um agravamento das sanções e da pressão sobre o Irã. Araqchi, em declarações feitas na quinta-feira, indicou que Teerã em breve responderia tanto às “ameaças quanto às oportunidades” apresentadas na carta, mas reforçou que um diálogo com os EUA só seria possível se houver mudanças na política americana de pressão.

Em uma manifestação separada, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Mike Waltz, declarou que os EUA buscam o “desmantelamento total” do programa nuclear do Irã, que o país defende como tendo somente fins pacíficos. Em um movimento que reabriu a discussão sobre um possível acordo nuclear com Teerã, Trump reativou a estratégia de “pressão máxima” implementada durante seu primeiro mandato, que incluía a redução das exportações de petróleo do Irã a zero. Desde a reintegração de Trump no cargo em 20 de janeiro, os EUA aplicaram quatro rodadas de sanções relacionadas às vendas de petróleo iranianas.

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