A pedido de Teerã, o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araghchi, não se encontrou de forma direta com o enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, Steve Witkoff, no último sábado (12). Contudo, ambos tiveram uma breve conversa.
No domingo (13), o Irã tomou a decisão de retomar as negociações nucleares com os Estados Unidos de maneira indireta, rejeitando a proposta do ex-presidente Donald Trump para tratativas diretas. As conversas, que contarão com a mediação do sultanato de Omã, estão marcadas para o próximo sábado (19). Este movimento representa um passo significativo na reaproximação entre os dois países, após anos de distanciamento. A decisão foi divulgada após uma reunião de alto nível, a primeira ocorrida em muitos anos, na qual o Irã enfatizou que o único tema a ser tratado será o seu programa nuclear. Desde 1980, as relações diplomáticas formais entre os dois países estão interrompidas, o que confere ainda mais relevância a essa reiniciação das negociações.
Embora Abbas Araghchi não tenha se encontrado com Steve Witkoff diretamente, ambos mantiveram uma breve interação. A Casa Branca classificou as conversas como positivas e construtivas, considerando que representam um avanço considerável. Entretanto, o especialista em relações internacionais Gunther Rudzit sinaliza que ainda há um longo caminho a ser percorrido antes que um acordo possa ser alcançado. As negociações indiretas, mediadas por Omã, têm como propósito estabelecer condições básicas para discussões futuras, mas as exigências específicas do Irã em troca de concessões ainda não foram definidas.
A posição de Israel será fundamental durante as negociações, visto que o país tem pressionado para que o Irã não desenvolva um programa nuclear. O governo israelense tem se posicionado firmemente contra o programa nuclear iraniano, o que pode influenciar significativamente o curso das conversas. A atual situação do Irã, debilitado por reveses recentes, pode motivar o país a considerar a negociação de seu programa de armas nucleares. As negociações ganharam impulso adicional após ameaças de Donald Trump sobre uma possível operação militar se o diálogo falhasse.
Desde 2018, esta será a primeira vez que Irã e Estados Unidos retomam conversas abrangentes, após a retirada dos Estados Unidos de um acordo internacional em 2015. A localização do próximo encontro ainda não foi divulgada, mas há esperança de que as negociações possam facilitar um entendimento mais amplo entre as duas nações.