O Ministério das Relações Exteriores do Irã informou em uma declaração recente que não há justificativa para a violência direcionada às minorias na Síria, incluindo a comunidade alauíta, da qual faz parte o ex-presidente Bashar al-Assad. A resposta veio em meio a alegações de que o Irã estaria envolvido nos atos de violência que resultaram na morte de centenas de pessoas.
O porta-voz da diplomacia iraniana, Esmaeil Baqaei, refutou as acusações veiculadas pela mídia, considerando-as infundadas. Em uma coletiva de imprensa, ele declarou que “a acusação é completamente absurda e é rejeitada”, acrescentando que responsabilizar o Irã e seus aliados é uma ação equivocada, destinada a desviar a atenção e que é totalmente enganosa. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que compila informações a partir de uma extensa rede de fontes, reportou que 973 civis alauítas foram mortos por forças de segurança e grupos aliados desde quinta-feira.
O OSDH também indicou que pelo menos 481 integrantes das forças de segurança e combatentes pró-Assad perderam a vida nos confrontos, embora as autoridades não tenham divulgado um número oficial. O porta-voz iraniano destacou que “nada justifica os ataques contra comunidades alauítas, cristãs, drusas e outras minorias”, ressaltando que a violência causou um profundo impacto na opinião pública, tanto na região quanto internacionalmente.
As relações entre Irã e Síria se estendem por quatro décadas, envolvendo um país caracterizado por sua diversidade étnica e religiosa, que esteve sob o governo de Hafez al-Assad por meio século, seguido por seu filho, Bashar al-Assad. Este último foi deposto em dezembro por uma coalizão liderada pelo grupo islamista radical sunita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), anteriormente associado à Al-Qaeda.
A escalada da violência teve início em 6 de março, quando partidários de Bashar al-Assad atacaram forças de segurança nas proximidades de Latakia, uma cidade na região oeste do país e berço da minoria alauíta, que pertence ao ramo xiita do islamismo. Em resposta a esses ataques, as autoridades mobilizaram reforços para apoiar as operações das forças de segurança contra os combatentes alinhados a Assad.