Isabel Teixeira, atriz de 50 anos, entra em cena como Violeta Castilho na novela “Volta por Cima”, da TV Globo. A personagem, uma contraventora carioca, representa um novo desafio em sua carreira, especialmente após seu papel anterior como Maria Bruaca em “Pantanal” (2022). A atriz discute sua experiência interpretando Violeta, sua colaboração com Milhem Cortaz, e uma eventual vivência com o jogo do bicho.
A relação de Violeta com o próprio corpo é um aspecto central da personagem. Isabel menciona que, sendo uma adolescente nos anos 90, enfrentou dificuldades em sua autoaceitação devido a padrões de beleza da época. A atriz reconhece que, apesar da persistência de certos padrões, houve uma mudança significativa nas percepções sobre corpo e beleza, especialmente após 2010. Essa evolução cultural influencia como ela constrói sua personagem, agora mais livre dos antigos paradigmas.
O tema da sexualidade das mulheres mais velhas, que Violeta representa, é abordado de maneira mais aberta na sociedade atual. Isabel observa que, embora esse assunto estivesse presente antes, foi tratado como uma exceção. Hoje, conversas sobre menopausa e a vitalidade da mulher nessa fase da vida estão se tornando comuns. Para a atriz, interpretar Violeta é um exercício desafiador, que a força a confrontar suas inseguranças e a representação do corpo feminino.
Isabel comenta sobre a sua intensa rotina de trabalho, revelando que a produção não apresenta espaço para descanso, principalmente devido às demandas financeiras da vida. A atriz menciona que suas oportunidades de trabalho não são apenas para “descansar a imagem”, mas sim para alcançar um propósito maior até o fim de sua carreira.
A preparação para viver Violeta foi extensa, incluindo a visualização do documentário “Vale o Escrito” e a leitura do livro “Maldito invento dum baronete: uma breve história do jogo do bicho”. Isabel expressa sua reverência pela cultura carioca e a necessidade de se aprofundar nas particularidades do Rio de Janeiro. A relação cultural e social do carioca e do paulista é um tema importante que precisa ser respeitado e compreendido ao interpretar uma personagem tão intricada.
Sobre suas experiências com o jogo do bicho, Isabel conta uma memória de quando teve a oportunidade de jogar pela primeira vez aos 14 anos e se lembra com carinho desse momento. Para ela, o jogo é mais do que uma atividade, é uma forma de expressão cultural e uma conexão entre as pessoas.
A relação profissional com Milhem Cortaz, seu colega de longa data, é descrita como uma parceria prazerosa e divertida. Sua amizade de 30 anos facilita a interação nas cenas, permitindo que ambos se sintam à vontade e conectados durante a atuação. Esta intimidade é vista como um fator positivo para a construção de seus personagens na novela.
