Ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, comunicaram que os recentes ataques realizados em território sírio foram uma “mensagem clara enviada ao regime sírio”.
De acordo com a mídia estatal síria, diversos bombardeios israelenses ocorreram nesta sexta-feira (2) nas imediações de Damasco e no oeste do país. A Agência Oficial de Notícias da Síria, Sana, reportou que os bombardeios acertaram a localidade de Harasta, próximo à capital. Além disso, outras ações militares israelenses foram direcionadas a localidades nas regiões de Hama e Latakia, conforme indicado pela Sana e canais de comunicação vinculados a grupos armados. O Exército israelense informou que o alvo principal foi uma área próxima ao palácio de Ahmed Al Sharaa, presidente interino da Síria.
A Síria classifica como “escalada perigosa” os ataques aéreos ocorridos na madrugada perto do palácio presidencial, que, segundo autoridades israelenses, constituem uma mensagem de advertência contra agressões à minoria drusa, em meio a confrontos recentes. Um civil foi informado como vítima fatal dos bombardeios em infraestruturas militares nos arredores de Damasco, conforme noticiado pela Sana.
O xeque Hikmat al Hajri, líder religioso da comunidade drusa na Síria, qualificou a situação como uma “campanha genocida” contra civis de sua comunidade, em meio a confrontos sectários que resultaram em mais de 100 mortos, segundo organizações de direitos humanos. Durante uma reunião em Sueida, região predominantemente drusa, autoridades religiosas e grupos armados reafirmaram a oposição a qualquer tipo de fragmentação do país.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os bombardeios israelenses, enfatizando que é crucial que a violência cesse e que Israel respeite a soberania e integridade territorial da Síria. O porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, expressou preocupação com o aumento das tensões sectárias, destacando que os confrontos entre combatentes drusos e grupos armados pró-governo, que começaram na segunda-feira, revelam a fragilidade da administração temporária síria após anos de guerra civil. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) reportou que as hostilidades resultaram em 102 mortes.