13 junho 2025
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Israel Dispara Próximo a Centro Humanitário

Pelo menos 25 palestinos perderam a vida na quarta-feira, dia 11, após disparos das forças israelenses nas imediações de um posto da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma ONG privada com apoio dos Estados Unidos e de Israel, na Faixa de Gaza. Autoridades locais e médicos relataram que as vítimas estavam entre a multidão que tentava receber suprimentos fornecidos pela GHF.

O Exército de Israel afirmou que os tiros foram uma resposta a “ameaças” que se aproximavam de uma zona militarizada no Corredor de Netzarim. Desde o início das operações da GHF, há cerca de duas semanas, o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, registrou pelo menos 163 mortes e mais de mil feridos, ocorridos enquanto pessoas tentavam acessar os escassos centros de distribuição ainda operantes.

As Nações Unidas, que realizam operações de ajuda paralelas na região, e outras organizações humanitárias não fazem apoio à GHF. A ONU critica igualmente o bloqueio israelense à assistência humanitária, afirmando que o sistema atual não é capaz de atender à alta demanda, o que força civis a se expor a áreas de risco. Israel e os Estados Unidos defendem a GHF como uma medida para evitar que a ajuda seja apropriada pelo Hamas.

A distribuição de alimentos realizada pela GHF consiste, em grande parte, em produtos secos, que necessitam de preparação com utensílios de cozinha e infraestrutura que muitas áreas devastadas da Faixa de Gaza não possuem. Israel retomou as entregas de ajuda a Gaza em 19 de maio, após uma interrupção de quase dois meses. Desde então, 1.459 caminhões atravessaram a fronteira, muitos deles seguindo para os centros da GHF. Parte da carga, no entanto, ainda permanece aguardando coleta no lado palestino da passagem de Kerem Shalom, onde são inspecionadas pelas autoridades israelenses antes de serem liberadas para Gaza. A lentidão desse processo tem contribuído para a formação de multidões descontroladas.

Desde o início da guerra, em resposta ao ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de cerca de 1.200 israelenses e na captura de 251 reféns, mais de 55 mil palestinos foram mortos ou estão desaparecidos, conforme informações do Ministério da Saúde local. Israel declara ter eliminado cerca de 20 mil militantes até janeiro, responsabilizando o Hamas por utilizar civis como escudos humanos.

A população da Faixa de Gaza, que contava com 2,3 milhões de habitantes antes do início do conflito, encontra-se em “risco crítico” de fome e enfrenta “níveis extremos de insegurança alimentar”, segundo um relatório da Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), apoiado por agências da ONU, grupos de ajuda e governos. O documento destacou que o cessar-fogo, vigente de janeiro a março, proporcionou um “alívio temporário”, mas as hostilidades israelenses subsequentemente “reverteram” as melhorias. Cerca de 1,95 milhão de pessoas, ou 93% da população de Gaza, enfrenta insegurança alimentar aguda, com mais de 244 mil em estados considerados “catastróficos”. A pesquisa aponta que a fome generalizada está “cada vez mais provável” no território, afetando atualmente meio milhão de palestinos, o que representa um em cada cinco habitantes de Gaza.

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